O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) fixou como limite máximo 600 turistas por dia na ilha das Berlengas, em Peniche. A proposta entrará em vigor no dia 15 do corrente mês, e não deverá ser excedida entre 1 de junho e 15 de setembro a partir deste ano.
Anteriormente o limite fixado era de 300 visitantes, número este constantemente ultrapassado por não existir controlo de entradas. A partir deste mês são registadas online todas as visitas.
Aos habitantes, que chegam através de três desembarques diários, será cobrada uma taxa, cujas receitas revertem para o ICNF. O valor desta taxa está ainda por determinar por parte do Governo.
A decisão foi impulsionada pela crescente “fragilidade dos ecossitemas insulares” da Reserva Natural das Berlengas.
No passado mês de dezembro, aquando das I Jornadas do Conhecimento da Reserva Natural da biosfera das Berlengas, Maria Fernandes, diretora do departamento de conservação da natureza e florestas de Lisboa e Vale do Tejo do ICNF, afirmou, à agência Lusa,que se estavam a unir esforços para “chegar a uma solução que não prejudique os interesses económicos, mas antes concilie todos os interesses”
O Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa determinou que são mais de 65.650 as pessoas que visitam anualmente a Ilha da Berlenga, 43.250 na época alta (meses de verão) e 22.400 na baixa. Na época estival são cerca de 687 pessoa por dia.
O Arquipélago das Berlengas que inclui, ainda, as ilhas de Estrelas e Farilhões, foi classificado em 2011 como Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO e possui estatuto de reserva natural desde 1981.