Catarina Alves de Sousa estudou comunicação, cultura e jornalismo, mas o seu espírito aventureiro e empreendedor tem contribuído para a criação de muitos outros projetos. O seu blogue de lifestyle Joan of July é apenas a janela para as ideias que vai dando à luz.
Formada em Jornalismo, blogger e fotógrafa, mas sobretudo apaixonada pela vida
Portuense de gema, eternamente apaixonada pela cidade e pelos seus mistérios, Catarina ousa dizer que mantém uma relação extraconjugal com a capital há uma década. Aos 18 anos, deu início ao seu percurso académico e a escolha, “praticamente aleatória”, recaiu em Comunicação e Cultura, a atual licenciatura em Ciências da Cultura, na Faculdade de Letras de Lisboa.
“Na altura tudo o que queria era ser jornalista e trabalhar numa revista.”
Após três anos, sentiu a necessidade de fazer um mestrado em Jornalismo, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Acabou por passar por algumas revistas femininas e experimentar tanto trabalhos ligados à área como outros “mais fora.” Paginou livros para a Chiado Editora como freelancer, conheceu os escritórios da Bertrand e até deu workshops de jornalismo no Diário de Notícias.
Atualmente, Catarina Alves de Sousa é blogger, fotógrafa e ainda trabalha em comunicação e marketing na startup Boonzi. Enquanto pessoa, admite que não sabe como descrever-se nem dizer se é introvertida ou extrovertida, se prefere doces a salgados, praia a campo. Apesar de tudo, consegue resolver dilemas difícilimos como escolher entre Lord of The Rings e Harry Potter ou que personagem de Game of Thrones gostava de ver regressar à vida.
Joan of July: mais que um blogue de lifestyle, uma plataforma de descoberta
“Quando não estou a sonhar acordada e a viver nos mundos paralelos resultantes da minha enorme imaginação adubada pela literatura fantástica e pela música, estou ocupada a ser daquelas pessoas que se metem em tudo e que criam mil e um projectos porque acredito que as ideias não devem começar e acabar no papel e que nunca se sabe se algo vai realmente funcionar até se experimentar.”
Desta crença e estilo de vida, nasceram todos os seus projetos: NatusPurus (de cosmética natural e artesanal), You Can DIY, Bloggers Camp, CPR – A Reanimação da Escrita, Blume (uma revista de fotografia prestes a nascer) e, claro, o seu blogue de lifestyle Joan of July, que remonta a 2008, após o final da licenciatura.
Tudo começou com o assomar das incertezas quanto ao seu futuro profissional. De férias no Porto, decidiu criar um blogue para canalizar os seus “pensamentos, medos e esperanças de forma criativa e quase terapéutica.” Desde então que se orgulha de dizer que o Joan of July já viu “mais issues que a Vogue” e que, apesar das alterações que tem vindo a sofrer, continua a ser um espelho fiel do seu ser proativo e apaixonado.
O crescimento tem sido sobretudo orgânico. Só no final de 2013 é que tomou consciência de que o seu blogue podia ser muito mais do que um registo diário. A partir dessa altura, as suas publicações, antes esporádicas, passaram a ser mais frequentes e a focarem-se nos leitores e naquilo que lhes pode realmente acrescentar algum valor.
“Adoro escrever sobre viagens, dentro e fora do país. Não há nada de que goste mais do que escrever sobre sítios novos que descobri e pelos quais me apaixonei perdidamente.”
O seu blogue pertence à categoria de lifestyle e, por isso, não segue uma linha muito rígida. “É uma enorme vantagem em termos de criatividade, porque nunca me faltam ideias e temas para abordar.” Ainda assim, confessa que documentar, através de texto e fotografias, as poucas viagens que já fez, está no top das preferências. Acredito que é algo que as pessoas têm interesse em ler, porque se tratam de experiências reais. “Eu, pelo menos, penso assim quando leio sobre as viagens das bloggers que sigo. Sou fã, por exemplo, dos relatos de viagem da Sara Cabido, do Little Tiny Pieces of Me, principalmente os da Irlanda, que é só um dos meus destinos de sonho desde a infância!”
Para além das viagens, refere as publicações acerca do processo de renovação da sua nova casa, os artigos mais pessoais, que tenta que sejam sempre úteis, e os seus mais recentes outfit posts, nascidos depois de uma epifania. Explica que depois de ver fotografias da sua mãe, captadas entre os anos 70 e 2000, percebeu que o estilo mudava consoante as fases de vida, se deixava influenciar pelas modas da época e que era perfeitamente possível interpretar a imagem e perceber se a pessoa representada era mais tímida ou, pelo contrário, desinibida. Agora está a tentar construir uma espécie de “álbum de estilos e tendências”.
“Se algum dia tiver uma filha, sei que ela vai adorar ver estas minhas fotos, perguntar-me se ainda tenho aquela t-shirt e se posso emprestar-lha e, quem sabe, até vai adorar gozar com as fotos e perguntar-me: «a sério que isto se usava na altura?!»”
A fotografia é, aliás, algo que tem vindo a explorar cada vez mais e que começou por se manifestar através da necessidade de evoluir a nível estético. “Um dia, no final de 2013 apostei numa máquina fotográfica melhor para tirar fotos mais bonitas e cuidadas para o blog. A meio de 2014, já senti necessidade de fazer um upgrade para uma DSLR e a partir daí a minha vida mudou.”
Diz que agora tem um arsenal fotográfico, quer continuar a apostar em cursos, nas sessões de retrato que organiza, no seu blogue de fotografia e no novo projeto que tem em mãos: Blume, uma revista online colaborativa, que terá vários ensaios fotográficos, assim como notícias, reviews e muitas outras surpresas.
O Joan of July tem sido, sem sombra de dúvida, uma plataforma de descoberta. Destaca a saída da zona de conforto, o “ir a eventos e conhecer pessoas”, que a fez tropeçar nas suas atuais partners in crime, Ana Garcês do Infinito Mais Um e Catarina Costa do Daydreams, com quem partilha o Bloggers Camp, um evento de fim-de-semana para bloggers e que inclui workshops e atividades ligadas ao universo da blogosfera.
Por outro lado, descobriu que a sua admiração pelas palavras é tão forte que um só blogue nunca podia ser suficiente. Foi assim que nasceu o CPR – A Reanimação da Escrita, um espaço formado por escritores amadores que todos os meses publicam textos sobre um tema diferente.
Qual será o próximo passo? Talvez nem Catarina saiba, com tantas borboletas a viver dentro de si, mas para matar a curiosidade basta estar atento ao Joan of July e à página de Facebook, que já conta com mais de 2000 seguidores.
