Uma iniciativa da organização Alkantara de Lisboa, desde 2006 que o Alkantara Festival tem vindo a promover a arte performativa e a criação contemporânea. Este ano, a sua 14.ª edição terá início a 25 de maio e irá terminará a 11 de junho. Com apresentações em diversos locais de Lisboa, contando com seis artistas portugueses em oito das apresentações e um rol de artistas e performers internacionais de todas as partes do mundo, o Alkantara 2016 vem combatendo a perspetiva eurocêntrica da arte contemporânea, centrando a sua programação na fronteira entre progresso e tradição.
E se elas fossem para Moscou?, de Christiane Jahaty
25, 26, 27 de maio | São Luiz Teatro Municipal

De entre os espetáculos a realizar, destacamos E se elas fossem para Moscou? da encenadora e cineasta Christiane Jahaty. Uma adaptação de As Três Irmãs de Anton Chekov, segue a história de três protagonistas que, mergulhadas numa profunda insatisfação, resolvem emigrar como solução. O espetáculo é dividido em duas sessões em simultâneo: uma em contexto teatral, e a outra a versão filmada e editada em direto. Existem duas sessões em cada dia, sendo que o público é convidado a assistir a ambas. Estará em cena no Teatro Municipal São Luiz nos dias 25, 26 e 27 de maio, às 19h e às 22h.
Las Ideas, de Frederico León
27 e 28 de maio | Teatro Municipal Maria Matos

Las Ideas de Frederico León, figura emblemática da arte independente de Buenos Aires: uma obra performativa onde o artista, sentado à sua mesa de trabalho, transforma a criação artística em arte e mostra o backstage da sua produção criativa. Vemo-lo fazer criar, montar, hesitar, editar e construir o seu trabalho peça a peça, dando uma perspetiva muito orgânica do que está por detrás da arte. O espetáculo terá lugar no Teatro Municipal Maria Matos a 27 e 28 de maio às 21h30.
Autointitulado, de João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux
27 e 28 | CCB

De João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux chega-nos ainda Autointitulado, uma performance que toma por base improvisações de dança gravadas que depois são analisadas, nos seus movimentos e imagens marcantes, e reproduzidas. Segundo os artistas, uma “uma prática de estúdio trazida para fora do aquário para ser asfixiada de uma vez por todas“. Estará no Centro Cultural de Belém a 27 e 28 de maio às 19h.
This is how we die, de Christopher Brett Bailey
1, 2 e 3 de junho | Culturgest

This is how we die de Christopher Brett Bailey, assume-se como um trash surrealista sobre a decadência, a cultura americana, o amor juvenil e a ultraviolência, servindo-se de uma colagem de narrativa com spoken word. Peça vencedora do Arches Brick Award e do Off West End Theatre Award, estará na Culturgest a 1, 2 e 3 de junho às 19h.
Performances para o Alkantara, de Sofia Dias e Vitor Roriz
28 e 29 de maio e 4 e 5 de junho | Espaço Alkantara

Sofia Dias e Vítor Roriz apresentam no Alkantara quatro performances diferentes em quatro dias diferentes. Numa estreia nacional, estes espetáculos criados particularmente para este momento baseiam-se em trabalhos anteriores. Sejam sobras, adaptações, ideias que não chegaram a ser usadas ou que podiam ir mais longe. Sem que se saiba bem o que vai acontecer, as performances acontecem num período de celebração de dez anos da dupla e como sempre corpo, voz, objetos, escrita e som articulam-se.
Sur les traces de Dinozord, de Faustin Linyekula
1 e 2 de junho | Culturgest

Faustin Linyekula é o Artista da Cidade de Lisboa durante este ano. No Alkantara apresenta primeiro Sur les traces de Dinozord, uma peça que funciona como um prolongamento de um trabalho anterior: The Dialogue Series: III. Dinorzord. Incluindo os mesmos bailarinos e contratenor, este espetáculo relaciona as perguntas que Faustin foi fazendo às pessoas da rua: “O que é feito dos vossos sonhos no Congo devastado pela guerra?”
The Dialogue Series: IV.Moya, de Faustin Linyekula
4 e 5 de junho | São Luiz Teatro Municipal

Faustin apresenta também em estreia nacional The Dialogue Series: IV.Moya. Tal como os restantes diálogos desta série Linyekula utiliza amigos, performers, bailarinos para criar uma peça dialógica. Entre a memória, sociedade e História, a arte ocupa sempre o seu lugar de alguma forma. Moya Michael é uma bailarina nascida na África Sul que viveu os sacrifícios, diferenças e batalhas que a cor de pele representa na sociedade.
55, de Radouan Mriziga
8 e 9 de junho | São Luiz Teatro Municipal

Radouan Mriziga cria um espetáculo tenso, lado a lado com a ligação ao espaço e ao tempo. São 55 minutos de performance, na qual é o corpo que desenha o espaço. Um padrão é gravado no chão, algo estrutural mas também estruturante. Um símbolo, um ornamento, um mapa que dita um caminho. Uma performance diferente onde simplicidade, estética e anatomia se unem. Um corpo que se move num espaço, que o define e desenha.
Estas são as nossas escolhas. No entanto, podes sempre consultar toda a programação aqui.
Escrito por Mariana Ramos e Beatriz Vasconcelos