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Arrow 4×16 & 4×17: Arrow já não é o que era

Que Arrow não tem estado nos seus melhores dias, acho que todos os fãs da série podem concordar. A história parece não fazer sentido, acrescentam e tiram subplots sem qualquer tipo de justificação ou coerência, as personagens começam a perder densidade… Está uma valente confusão, e Arrow já não é Arrow.

Não vou falar mais da inutilidade dos flashbacks, nem da campanha de Oliver para mayor pois já os abordei exaustivamente em artigos anteriores. Isto até porque de mau, há ainda muito para dizer. Este artigo terá assim especial enfoque nos episódios 16 e 17 desta temporada.

A relação de Oliver e Felicity, ou melhor, a separação destes está a tirar todo o ar da série. Foi duro para os fãs do casal entenderem a decisão de Felicity, mas não é justo para a personagem que no episódio seguinte a tratem como uma mimada sem qualquer tipo de respeito por Oliver. Foram incontáveis as indiretas bem diretas que lhe mandou ao longo do episódio, chegando a ser cansativo. Isto resultou noutra falta de respeito, desta vez para com os seguidores da série.

Felicity é caracterizada por conseguir ver o lado bom de tudo e por uma alegria contagiante. Já a vimos sofrer, digladiar-se com o seu passado mais obscuro, ser dura quando a situação o exige e mesmo assim nunca perdeu a sua essência. Neste episódio afastou-se daquilo que era, o que até poderia ser legítimo se fosse uma mudança mais duradoura, pois seria apenas a sua forma de lidar com a separação. Acontece que não foi isso que aconteceu pois no final do episódio decide entrar num esquema para parar a vilã Cupid, e no casamento falso com Oliver, lhe revela que o ama.

Foram os votos de matrimónio falsos mais bonitos que alguma vez ouvi, mas não deram em nada porque Felicity mais uma vez decidiu abandonar Oliver, apesar de o ter feito de forma respeitosa, para com este e especialmente para consigo.

Este episódio que com a vilanidade pura de Cupid conseguiu ser dos mais aceitáveis desta temporada, cometeu um erro que já tenho verificado na série: seguiu-lhe um episódio péssimo. De cada vez que parece que Arrow está no caminho de regresso aos seus tempos áureos, na semana seguinte somos presenteados com um episódio que pura e simplesmente parece não fazer falta.

Foi o que aconteceu em Beacon of Hope onde me parece que foram atingidos todos os limites daquilo que de mal se pode fazer à série, não por ter acontecido nada em concreto, mas porque me soou a uma má tentativa de imitação de The Flash.

A série sobre o super-herói mais rápido do universo da DC Comics começou por ser um spinoff de Arrow, mas neste momento tem audiências mais elevadas, maiores índices de popularidade em diferentes sites de streaming e uma base de fãs tão sólida que já é constituída por muitas pessoas que nem vêm Arrow.

No entanto, a fórmula de sucesso de uma não pode ser aplicada de forma inconsequente na outra. Arrow é marcada por uma aura negra, de quem lida com um passado complicado, de um super herói que luta todos os dias não só contra o mundo, mas contra si mesmo. Foi isto que trouxe pessoas a verem a série, foi esta abordagem de um herói que nem sempre é bom, esta diferença que conseguiu marcar.

The Flash, apesar de ter os mesmos produtores e de por vezes se cruzar com Arrow, nada tem que ver com esta. Tem um protagonista um bocado desajeitado, aborda o mundo dos super heróis através da ciência e carga de humor de Cisco contrabalança na perfeição o drama inerente ao género.

O que aconteceu neste 17.º episódio de Arrow foi precisamente uma tentativa de aproximação a isto. Referências em demasia à cultura pop, Oliver Queen a ser engraçado, um Curtis que é apenas uma Felicity 2… Tentaram demasiado e o esforço para além de ter sido bastante evidente, não foi bem conseguido. Estas pequenas coisas fazem com que a série perca (ainda mais) qualidade e se os resultados não estão a ser tão bons quanto desejados, se calhar em vez de se afastarem da essência desta deviam fazer uma reaproximação pois já ninguém se entende com Arrow.

Aposto que depois disto, surgirá um episódio excelente esta semana ou para a próxima. Porém, isto não chega. É preciso coerência, e é preciso já.

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