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Gypsies
Beatriz Teixeira

A terça-feira de Páscoa dos The Gypsies

Foi na passada terça-feira (22) que os The Gypsies rumaram às Galerias de Paris, no Porto, para um concerto com algumas músicas inéditas na Casa do Livro.

Os livros amontoam-se nas prateleiras. Estas, embora fechadas, transparecem as milhares de páginas usadas vezes sem conta. Os amantes da literatura encontram não só um monumento à sua obsessão, mas também um monumento à música portuguesa. Os The Gypsies tocam numa típica terça-feira de semana de Páscoa. Porque as terças-feiras de semana de Páscoa são muito melhor celebradas em festas ciganas.

O espaço enchia devagar. Os The Gypsies estavam no palco.

Gypsies

Os concertos dos The Gypsies trazem sempre algo de novo. No Indie Music Fest, mostraram que são capazes de encher o palco de um festival. No NOS D’Bandada, mostraram que são capazes de esvaziar os outros palcos de um festival. Esta foi a noite em que mostraram que less is more, passo o estrangeirismo. Quer isto dizer que há nova formação ou, antes, uma formação renovada. De seis passaram a quatro.

É fácil adaptarmo-nos aos novos The Gypsies porque na verdade mostram que a qualidade permanece. As novas músicas mostram mais maturidade. Os meninos do primeiro EP são agora homens prontos a passar pelo matrimónio de um LP – ou assim desejamos, sendo que um novo EP também calharia igualmente bem.

Novos arranjos, novas músicas, nova força. Floatin’ Leaves está mais fluída. Fly Low Sophie continua bela. Mas são as viragens que tomam conta. Os plot twists musicais. Uma música que daria uma boa banda sonora para se ouvir no carro numa ida à praia – daquelas que dá para abrir as janelas e meter alto – transforma-se num rock a coçar o metal.

O humor destes rapazes é um trunfo. A boa música também.

The Gypsies continuam a dar provas do seu futuro. São novos, vão crescer. Mas marquem estas palavras: isto vai dar coisa.

Fotos por Beatriz Teixeira.