A 3.ª edição do FITA – Festival Internacional de Teatro do Alentejo decorre de dois a 13 de março nas cidades de Beja, Évora, Portalegre, com extensões a Grândola, Elvas e Santiago do Cacém. A programação conta com 14 espetáculos e 24 sessões.
Mantendo-se como o único representante português na REDELAE – RedEurolatinoamericana de Artes Escénicas, composta por 27 dos mais representativos festivais euroiberoamericanos, o FITA consolida-se como referência cultural quer a nível nacional quer internacional.
Organizado pela Associação Lendias d’Encantar, o festival trará à cena uma programação que inclui, além de espetáculos nacionais, diferenciadas performances de várias companhias de teatro internacionais. A programação conta com cerca de 15 espetáculos e 24 sessões, de 2 a 13 de março, sempre às 21h30.
Pelos palcos do Alentejo
Das nove sessões no Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, destaca-se No Limite da Dor, a 2 de março, e Escuridão Bonita, a 3 de março. Adaptado a partir do livro de Ana Aranha e Carlos Ademar, No Limite da Dor trás ao palco quatro histórias, que se entrelaçam e que contam acerca da experiência vivida por muitos portugueses às mãos da PIDE, durante os anos da ditadura. Com encenação e dramaturgia de Julio Cesar Ramirez, a peça incentiva a uma profunda reflexão sobre a resistência, o medo, a humilhação, a dor e a dignidade do ser humano.
Por outro lado, Escuridão Bonita, produção UMCOLETIVO a partir do texto de Ondjaki, é uma peça com afetos, interpretada por Cátia Terrinca e dedicada aos pais, aos filhos e às eternas crianças. Um espetáculo para escolas, e que, segundo um comunicado à imprensa, “acontece como uma música longa e em segredo, que interrompe o coração”, e vive muito da imaginação, que interrompe a noite, “onde dizemos «era uma vez» e, depois, sonhamos todos juntos a história de um beijo”.
Das três sessões no Teatro Garcia de Resende, em Évora, destaca-se, a 9 de março, El Deseo Macbeth – Festa Documental, produção do grupo de teatro cubano Teatro D’Dos. Uma peça documental, com dramaturgia de Agnieska Hernández Díaz, sobre Lady e Macbeth e os seus crimes, as vítimas e os homicidas das sociedades contemporâneas.
Das quatro sessões em Portalegre, destaca-se Fahrenheit 451, uma produção do Teatromosca, construído a partir do romance distópico de Ray Bradbury. Marco da literatura da ficção científica, publicado em 1953, o romance passa-se numa cidade não especificada e numa data não determinada. Em palco do CAE Portalegre a 4 de março, a peça vai recorrer ao uso do vídeo em direto, da autoria de Ricardo Reis, que reforçará ou contradirá as imagens narradas ou desenhadas cenicamente.
Das duas sessões no Cine-Teatro Municipal, em Elvas, destaca-se 24A74 – Salgueiro Maia, uma produção do Teatro Noroeste – CDV, com texto e interpretação de Ricardo Simões. Um espetáculo intimista, didático e comovente que chega ao palco como um mónologo, a partir da obra Capitão de Abril – Memórias da Guerra do Ultramar e do 25 de Abril, da autoria de Salgueiro Maia.
Das três sessões no Cine Granadeiro Auditório Municipal, em Grândola, destaca-se Guerra é Guerra, com autoria e encenação de Horácio Manuel. A oito de março, este espetáculo para escolas apresenta-se cheio de ritmo, música, suspense e muito humor. Com uma forte componente pedagógica, Guerra é Guerra trata-se da epopeia vivida pelo povo português na resistência às três invasões de Napoleão.
Das três sessões em Santiago do Cacém, destaca-se Talvez Eu Me Despeça, no Auditório do CAPAG (VN Santo André). Esta produção Cia Afeta (Belo Horizonte, Brasil) baseou-se no assassinato de Cecília Bizzotto, na altura com 32 anos. A ausência da jovem atriz “serve como ponto de partida para uma poética e comovente reflexão em torno da incontornável finitude das relações humanas, ali atenuada pela constante transformação de matéria em memória”.
É possível aceder aqui ao programa completo do FITA – Festival Internacional de Teatro do Alentejo.