O Festival Internacional de Cinema de Berlim atribuiu este sábado a sua maior distinção de curtas-metragens a Balada de um Batráquio, da realizadora portuguesa Leonor Teles.
Do coração da capital alemã, e numa Europa dominada pelo ressurgimento do discurso xenófobo, a Berlinale envia uma mensagem clara de condenação à intolerância, com a atribuição do Urso de Ouro a Balada de um Batráquio, na categoria de curtas-metragens, e a Fuocoammare de Gianfranco Rosi, nas longas-metragens.
A curta, cuja surpreendente distinção torna a portuguesa na mais nova realizadora a ganhar o Urso de Ouro em Berlim, aborda as práticas xenófobas mais insidiosas com que se segrega a comunidade cigana de uma forma catártica, enquanto Rosi se centra na crise dos refugiados em Lampedusa.
Leonor Teles, que já abordara esta temática na sua primeira curta Rhoma Acans, tornou o próprio filme na ação sobre o preconceito que pretendia denunciar – “neste filme, não podia estar simplesmente a apresentar uma problemática mas também tinha de tentar inserir um pouco daquilo que pode vir a ser a resposta em relação a este comportamento xenófobo“.