O GUIdance 2016 começa já na próxima quarta-feira. Guimarães volta a tornar-se capital da dança contemporânea como já tem vindo a ser habitual e motivos não faltam para aproveitar um dos maiores festivais internacionais de dança. Depois de um artigo sobre quais os espetáculos a não perder este ano, o Espalha-Factos traz-te o GUIdance em bom português.
Se alguma vez precisares da minha vida, vem e toma-a
A sexta edição do GUIdance arranca com uma estreia absoluta do vimaranense Victor Hugo Pontes. Apesar da sua formação em teatro, Pontes tem estado muito ligado ao lado da criação coreográfica, ao movimento e à dança. Neste espetáculo parte do texto de A Gaivota de Anton Tchekhov para nos falar de uma história de amor e desamor mas sem nunca usar palavra. O corpo toma o lugar da voz, o corpo interpreta as palavras e desenha toda a intriga e o que ela signifca.
Hu(r)mano
Depois de muitas vezes ter dançado no Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Marco da Silva Ferreira apresenta-se agora como próprio coreógrafo. Hu(r)mano é um ensaio coreográfico sobre a abstração da dança, como algo maleável e efémero que passa pelos humanos que se vão alterando e modificando nos universos fechados da intimidade em constante relação com o outro. Dia 5 de fevereiro o pequeno auditório do CCVF fica a seu cargo.
Maremoto
Maremoto é uma estreia da companhia Útero. Com criação de Miguel Moreira e interpretação dos irmãos André e Gonçalo Cabral, Maremoto não retrata a própria onda, mas sim a força e a energia natural da qual depende. Uma sinergia transcendental, superior a qualquer um, que arrasta, destrói e transforma. Uma energia que é aqui vista metaforicamente como “o lugar do pensamento do corpo e das múltiplas possibilidades de movimento e emoção”.
Parede
Parede foi a primeira peça que a companhia Útero lançou em 2002. Este ano foi remontada e é apresentada no GUIdance sob a forma de performance e vídeo. Parede fala de um amor transgressor, de mulheres que percorrem caminhos distintos com a sua própria história e vivência desconhecida. Em comum apenas que são mulheres que amam e que apesar da noção do certo e errado, amam e querem amar.
Nevoeiro
Primeiro chegou-lhe o título, só depois a dança. Luís Guerra ficou fascinado com o nevoeiro de Viana de Castelo, com o que lhe suscitava, pela introspeção que lhe permitia, pela disponibilidade de pensamento e criação. Era preciso arranjar forma de fazer o nevoeiro dançar, de colocar esta bruma em palco no corpo dos bailarinos. É isto que apresenta no último sábado às 19h no GUIdance.