Lisboa começa 2016 com um novo artista na cidade. Depois de Tim Etchells e Anne Teresa De Keersmaeker, o congolês Faustin Linyekula vai ser o nome que promete dinamizar a cultura na capital, tanto com os seus trabalhos, como em criações originais com artistas, estudantes e habitantes da cidade.
Bailarino, coreógrafo, encenador e “contador de histórias”, Faustin Linyekula tem consolidado o seu trabalho entre a experimentação, a formação artística e a circulação de ideias. O congolês vai mostrar o seu trabalho num palco que não se esgota no Teatro.
Cinema
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Palestra de Isabelle Danto sobre a obra de Faustin Linyekula
Novembro
Cinema Ideal
O ponto de partida para esta palestra é um artigo escrito por Isabelle Danto para a revista Esprit: “corpos africanos, olhares europeus”. A acompanhar estarão excertos como Le Cargo ou Drums and Digging.
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Faustin e Lisboa de Miguel Munhá — documentário
Dezembro
Local a anunciar
Este documentário acompanhará Faustin Linyekula na sua passagem por Lisboa, quer seja em janeiro no Teatro Camões e Cova da Moura, em maio e junho na ESTC, Culturgest, São Luiz, TNDMII e Teatro Maria Matos, ou em novembro, no São Luiz, Gulbenkian e CCB.
Criação
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Criação com alunos finalistas da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC)
De janeiro a julho
Maria Matos Teatro Municipal
Neste encontro entre Faustin e os alunos finalistas da ESTC o cerne da pesquisa será a realidade dos bairros suburbanos e multiétnicos da região da Grande Lisboa. Os workshops começam em janeiro e a apresentação está prevista de 6 a 10 de julho no Teatro Maria Matos.
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1Space Lab
26 de janeiro a 4 de fevereiro
Espaço Alkantara
Faustin Linyekula e o arquiteto, escritor e artista Tony Chakar irão orientar um grupo com 14 artistas de várias partes do globo sobre a importância do tempo no espaço dramatúrgico. Toda esta reflexão começou em outubro, na Palestina, continuou em dezembro, no Congo e chega agora a Lisboa, para ir para Durban em março.
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Espetáculo de rua
Junho
Irá acontecer durante as Festas de Lisboa e além de interagir com artistas da cidade, há um convite dirigido a todos os que queiram participar na performance.
Espetáculos
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Programa Dança e Documentário — Portrait Series: I Miguel + No Escuro do Cinema Descalço os Sapatos
14 a 24 de janeiro
Teatro Camões
O Programa Dança e Documentário é composto por um solo ao vivo e um documentário. Em I Miguel, há uma viagem. Miguel Ramalho, bailarino da Companhia Nacional de Bailado, interpreta um solo coreografado por Faustin Linyekula, onde os dois se encontram entre o Barreiro, onde vive Miguel, e Kisangani, onde cresceu Faustin. Depois surge um filme sobre uma companhia que está quase a comemorar 40 anos. Em No Escuro do Cinema Descalço os Sapatos, a realizadora Cláudia Varejão e a sua assistente de som Adriana Bolito acompanharam a Companhia Nacional de Bailado durante quase 12 meses. Fosse nos ensaios ou nos camarins, as duas estavam lá a registar o quotidiano dos bailarinos.
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Le Cargo
24 de janeiro às 16h00 no Moinho da Juventude, Cova da Moura
Outras apresentações em vários bairros multiculturais da grande Lisboa estão a ser definidas
Faustin Linyekula conheceu o bairro da Cova da Moura e quis dançar lá. É isso que vai acontecer já no dia 24 de janeiro e estão a ser pensadas outras datas em bairros multiculturais de Lisboa. O “contador de histórias” encontra nas memórias e cruzamento cultural deste bairro uma semelhança com o trabalho que tem desenvolvido ao longo da sua carreira, em que tem mostrado a história do seu país.
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Sur les traces de Dinozord
1 a 2 de junho — 21h30
Culturgest, Grande Auditório
A condenação à morte de Antoine Vumilia Muhindo, um escritor e preso político em Kinshasa, e os conflitos no Congo são o ponto de partida para a criação de Sur les traces de Dinozord, em 2006. As circunstâncias mudam e Faustin volta à peça em 2012. Os artistas são os mesmos da peça inicial, assim como a questão primordial: “O que é feito dos vossos sonhos no Congo devastado pela guerra?”
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The Dialogue Series: IV. Moya
4 a 5 de junho
São Luiz Teatro Municipal, Sala Principal
Moya Michael já dançou para Rosas, Akram Khan Cie e Larbi Cherkaoui. Depois de uma conversa com Faustin, surge esta dança acompanhada por uma jukebox imaginária e com questões com o mundo que a rodeia. Ponto determinante: Moya é mestiça e nasceu numa África do Sul em que os seus direitos eram determinados pela cor da sua pele.
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Le Festival des Mensonges
28 a 29 de outubro
São Luiz Teatro Municipal, Jardim de Inverno
Le Festival des Mensonges estreou em 2005 e em outubro de 2016 vai estar no São Luiz. A proposta de Faustin é para mais uma vez escutarmos o continente africano: “Gostaria simplesmente de convidar os espetadores para ouvir histórias, pequenas histórias colhidas no quotidiano, mas também a grande história de um país, reescrita vezes sem conta ao sabor dos nomes (República Democrática do Congo, ex-Zaire, ex-Congo belga, ex-Estado Independente do Congo…) e dos reinos. Mudar de nome como se se apostasse num futuro melhor.”
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Sans-titre de Raymund Hoghe
2 a 3 de novembro
São Luiz Teatro Municipal, Sala Principal
Com coreografia e conceção de Raimund Hoghe, Sans-titre apresenta-se como uma peça política, feita de um encontro e um confronto entre África e o Ocidente. Coloca-se em causa a falta de público africano nos teatros europeus e há música clássica como uma das formas de reflexão.
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more more more… future
10 a 11 de novembro — 21h00
Fundação Calouste Gulbenkian, Grande Auditório
more more more…future tem o som das noites de Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo: a ndombolo. Faustin Linyekula aproveitou as vozes e guitarras da ndombolo para falar da vida real e das suas dificuldades.
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Statue of Loss
De 18 a 19 de novembro — 21h00
CCB, Pequeno Auditório
Com este espetáculo, o coreógrafo faz uma homenagem aos soldados africanos que combateram nas duas Guerras Mundiais. Faustin teve como base palavras, cartas, relatórios oficiais e uma gravação. A questão é : Qual a memória que resta desses homens que se sacrificaram numa guerra?
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Triptyque Sans Titre
18 a 19 de novembro — 21h00
CCB, Pequeno Auditório
Com coreografia, desenho de luz e cenografia de Faustin Linyekula, esta é mais uma viagem a África. Como revela o próprio: “Continuo a caminhar por entre as ruínas do país natal. Quem me emprestará as palavras para falar do fumo das lâmpadas que iluminam a noite, do cheiro a cerveja e urina nos bares de Matongé em Kinshasa, o esplendor das prostitutas e o torpor dos cantores de Rumba, do táxi esfarrapado e dos bandos de caminhantes na bruma matinal? A chinfrineira dentro da minha cabeça…”
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Voz Alta Festival de Leituras Encenadas
22 a 26 de junho
Teatro Nacional D. Maria II
Entre dia 22 e 26 de junho, o Teatro Nacional D. Maria II abre a portas a leituras encenadas. Faustin irá orientar algumas dessas leituras e protagonizar uma delas. Há já a garantia de textos portugueses inéditos e de grandes textos de repertório.