Os programas que vimos posteriormente à sua transmissão, ou que colocamos em pausa e vimos com alguns minutos de delay vão ser considerados na medição de audiências, avança a Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM).
Até agora só tem sido medida a audiência do que vimos ‘em direto’. Tudo o resto é acumulado nos ‘Outros’, que medem canais não registados ou outros usos da televisão, como os videojogos e a utilização de DVD e Blu-Ray.
A inclusão do visionamento em diferido no segmento Outros, que junta mais de 10% de share todos os dias, tem proporcionado uma visão distorcida da medição das audiências, o que motivou reclamações por parte dos responsáveis pelos canais temáticos.
Nova metodologia até ao fim do ano
Fernando Cruz, diretor-executivo da CAEM, avançou ao jornal SOL que está em fase final de testes uma nova metodologia “que mede o consumo diferido até sete dias“, estando dependente da vontade dos associado da CAEM a aprovação do estudo e a entrada em funcionamento destas alterações.
“O mais tardar” até ao fim do ano deverá estar operacional esta nova ferramenta para contabilização do consumo televisivo, que incluirá três novos tipos de medição: uma dirigida aos clássicos gravadores de VHS, outra às gravações feitas nas boxes com disco rígido incorporado e vistas no próprio dia e, por último, a programas gravado e até sete dias depois da sua emissão original.
As séries, os filmes ou os documentários têm sido aqueles que mais têm ficado prejudicados pela não contabilização daquilo a que, nos Estados Unidos, se chama o live+7. Mas telenovelas, noticiários ou talk-shows diários também sofrem perdas, devido às funções de pausa e posterior visionamento no mesmo dia.
A nova medição, que assim se aproximará do que já é feito em vários países do mundo, vai ser feita através dos 1.100 lares que já se encontram no painel da GfK, e surge numa altura em que tem aumentado a visualização de programas em streaming online e está anunciada a chegada do Netflix a Portugal.