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The National: estagnação ou assunção de riscos?

Os National encontram-se atualmente em fase de maturação e, ainda que as atenções estejam voltadas para EL VY – um recente projeto paralelo que o vocalista Matt Berninger tem com Brent Knopf, dos Menomena -, os norte-americanos de Ohio já têm material esboçado para aquele que será o seu sétimo álbum, sucedendo a Trouble Will Find Me. Não fugindo à regra, o percurso da banda liderada por Matt Berninger passou por ligeiras mutações até ser alcançada a tão ambicionada firmeza e a robustez que tão bem caraterizam o presente período experienciado pela mesma.

The National

Lançado a 30 de outubro de 2001, o homónimo The National foi um tímido disco de estreia, que contou com o selo da Brassland Records e com as colaborações de Nick Lloyd, na produção, e de Bryce Dressner, irmão de Aaron Dressner, que, posteriormente, viria a ingressar na banda. Apresentando arranjos similares e relativa vacuidade, serviu unicamente para aguçar a curiosidade dos (poucos) ouvintes para o rumo que o futuro lhes reservava.

The National, Sad Songs for Dirty Lovers

Também pela mão da Brassland Records nasceu, dois anos mais tarde, Sad Songs For Dirty Lovers, o segundo disco de originais, já com Bryce Dressner inteiramente integrado na banda e com Peter Katis e Paul Heck na coprodução. O álbum plenificou o indie rock dos norte-americanos com metáforas, noites em branco, solidão e introspeção, e ocultou algumas das fragilidades do seu antecessor.

Com Alligator, editado em 2005 pela mão da antiga Beggars Banquet (editora que chegou, inclusivamente, a ter bandas como Tindersticks e The Charlatans no seu catálogo) e calorosamente recebido pela crítica, os National aprimoraram riffs e serviram-se de refrões substancialmente mais orelhudos para alargar a sua base de fãs de forma exponencial.

Após o lançamento de Alligator, álbum que catapultou os National para uma estrada de conquistas, surge Boxer, na primavera de 2007. Incluindo participações de Sufjan Stevens e de Thomas Bartlett, o quarto disco de originais manteve-se fiel à fórmula delineada no seu predecessor, assumindo Bryan Devendorf, o baterista, um papel de maior relevo. Boxer é sombrio quanto baste e possui uma aptidão invulgar para invocar subtilmente a época aúrea do post-punk. 29 Years, um dos temas do álbum de estreia da banda, é ressuscitado na música Slow Show, ganhando consistência.

Passados três anos, é lançado High Violet, o quinto álbum de estúdio, com a assinatura da 4AD e com as colaborações de Justin Vernon e Richard Reed Parry, que se apresenta mais enredado, com letras aparentemente indecifráveis e com um registo imune a mudanças.

Cimentando novamente particularidades idiossincráticas, Trouble Will Find Me, lançado em 2013, teve a companhia de Sharon Van Etten e de Annie Clark e ilustrou igualmente um ténue retorno a uma sonoridade country e alguns atalhos pop.

Não se expondo a riscos de grande porte e mantendo a sua identidade imaculada, a estabilidade, o conforto e a homogeneidade dos National continuam a surtir efeito, contrariando alguma margem de manobra para uma eventual renovação sonora. Assim sendo, e com um disco de longa duração à vista, qual será, agora, o caminho?