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A diversidade no primeiro dia de Bons Sons

O Bons Sons 15’ apresentou-se ao campista logo no passado dia 12. Na pacata aldeia de Cem Soldos, em Tomar, a adesão fez-se lentamente. Ao longo do dia, as pequenas sombras espalhadas pelo seco chão do campismo foram sendo ocupadas pelas tendas.

A recompensa veio à noite, com o DJ Ramiroquai e e DJ SuperFly. Um descampado perto do campismo serviu de pista de dança, e oferecia espaço mais do que suficiente para o número algo diminuto de festivaleiros que decidiram comparecer mais cedo.

DJ Ramiroquai

A aldeia em si entrou ao serviço no dia seguinte. O primeiro dia “a sério” de Bons Sons foi a melhor amostra possível para a diversidade que caracteriza este festival. Ao início da tarde, Éme com a sua voz bem-comportada cantava para uma plateia que relaxava sentada na relva artificial colocada entre os palcos Lopes-Graça e Aguardela.

No entanto, o tempo abafado fez muitos outros dirigirem-se para o Auditório, onde foram mostradas o primeiro dia de Curtas em Flagrante. Entre documentários brasileiros, dramas portugueses ou simplesmente animação sem palavras, também esta iniciativa aposta na diversidade. Com todos os bancos ocupados e mais umas filas improvisadas no chão, esta mostra de curtas-metragens prova-se um sucesso para o horário da tarde, em que a moleza puxa por uma sesta… mas mesmo assim não queremos deixar de aproveitar a festa.

Éme

Também Benjamin teve de lutar contra o espírito calmante desta aldeia, desta vez no palco Giacometti transformado carrossel. Em frente a um mar de gente sentada no alcatrão da estrada, mostrou a sua música, ora calma, ora elétrica. Com um pedido todos se levantam, e cria uma boa e agressiva batida que obriga as pernas a saltar, espalhando o sono que o Sol intermitente pelas nuvens ia puxando. Uma agradável estreia para este palco modificado.

Benjamin

Também o palco Eira viu o seu recinto levar um facelift desde a edição passada. Panos de sacos de batatas vermelhos esvoaçam ao vento e criam sombra no sítio da aldeia que mais sol é suposto ter. No entanto, a sua vez de receber uma banda foi somente já de noite cerrada, com os Riding Pânico a mostrar que os instrumentos são ainda respeitados por aqui. O seu rock progressivo e instrumental trouxe um tipo de música mais pesada que ainda não se tinha ouvido.

Riding Pânico

Mas o experimentalismo musical não se ficou por aqui. Duas horas e meia mais tarde, neste mesmo palco, Manel Cruz veio mostrar as experiências musicais que tem feito depois dos Ornatos. O nome mais aguardado do dia atraiu bastante gente a esta ponta da aldeia, mas o vento frio que soprava dos montes trazendo um fantástico cheiro a porco assado, juntamente com a música menos acessível do artista, foi fazendo com que muitos se virassem para as barracas ou para as tascas para reforçar o jantar ou beber um copo.

Palco Eira durante Manel Cruz

A alma da festa, no entanto, está na praça principal, e os Enraizarte aproveitaram esse bónus muito bem. Com uma inteligente mistura de instrumentos tradicionais e elétricos, sempre com bastante paixão e interação com o público, fizeram a relva que de tarde serviu de banco transformar-se numa pista para dançar, saltar e comemorar. No fim do dia, Xinobi e a sua electrónica mais sóbria acompanharam quem resistiu a um dia inteiro de exploração, ou simplesmente aos que chegaram um pouco mais tarde.

O Festival Bons Sons continua hoje com nomes como Sequin, Carlão, Clã e Salto.

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