Mais um domingo, mais cinco canções em análise na rubrica #EurovisãonoEF. Muito diferentes entre si e com alguns desafios ao habitual padrão eurovisivo, dão-nos boas pistas para uma competição intensa e imprevisível.
Antiga República Jugoslava da Macedónia
Refeitos do cansaço de escrever o nome do país, arrancamos nesta edição com uma power ballad cheia de emoção e que mudou um bocadinho desde a final nacional, Autumn Leaves. Agora é em inglês e está mais adequada aos padrões eurovisivos convencionais, mas a voz de Daniel Kajmakoski, apoiada por um instrumental com tons mais tradicionais, tem sempre uma reminiscência balcânica que nos permite lembrar a nacionalidade da proposta. Se a apresentação em palco for tão fofinha como o videoclip oficial, está garantida na final.
Bielorrússia
É um dueto que este ano representa a ditadura mais antiga da Europa. Uzari & Maimuna cantam Time, cujo início, em marcha lenta, tem óbvias semelhanças com a proposta da Arménia na edição 2014. A partir do primeiro minuto a música desenvolve para ritmos mais agitados, num pop que vai sempre em crescendo animado pelo violino de Maimuna. Com potencial para ser finalista.
Bélgica
Loïc Nottet apresentar-se-à em palco com um tema contemporâneo e muito alinhado com as tendências internacionais, como a música de Lorde, Sia ou Charlie XCX. A batida é profunda e o refrão fica no ouvido, mas não tem nada a ver com o que se esperaria de um tema dançante no Eurofestival. Pode ser isso a oportunidade de ouro para Loïc se destacar e alcançar o estrelato internacional. Não lhe falta potencial para isso.
http://youtu.be/xV2b3L1K6_c
Chipre
John Karayiannis consegue finalmente chegar a um palco eurovisivo, depois de já ter tentado, sem sucesso, na seletiva para o Junior Eurovision Song Contest 2008. Apresenta-se com uma balada totalmente construída em torno de instrumentos de cordas, numa simplicidade acústica que começa a tornar-se habitual em palcos eurovisivos. Musicalmente esquecível, poderá sobreviver com uma boa atuação ao vivo.
Dinamarca
Não escondo a minha predileção por países escandinavos na Eurovisão. A Dinamarca na edição deste ano ajuda a confirmar esta minha opção. Profissionalismo e dedicação sem perder a capacidade de arriscar. Os Anti Social Media são uma boysband que traz rock em tons vintage numa apresentação contagiante e feita a pensar nos telespectadores. Não é uma das queridinhas dos eurofãs, que preferiam apostas um bocadinho mais conservadoras, porém é daquelas entradas que prova que o Festival não está completamente desligado do gosto do telespectador comum e que a era do schlager é coisa do passado. Ainda bem.
Recap da Semana
- A gala comemorativa dos 60 anos da Eurovisão é já esta terça-feira. Nenhum (!) país vai transmitir a cerimónia em direto, nem mesmo a BBC, que a produz. A primeira emissão do evento é no dia 3 de abril às 21h00, através da RTE2 (Irlanda) e BBC1 (Reino Unido).
- A OGAE Portugal reuniu com Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, para definir algumas políticas comuns de promoção da participação portuguesa a nível internacional. O político do CDS-PP é conhecido por ser um eurofã convicto e admitiu interesse, segundo a organização de fãs nacional, em cooperar com a RTP para a promoção de Portugal no concurso.
- Irene Grandi, cantora italiana e participante na edição deste ano do Festival de San Remo, veio criticar a proposta que os Il Volo levarão à Eurovisão, que qualifica como antiquada. Grande Amore, eleita dos italianos, está entre as favoritas dos apostadores.
- Suécia continua a liderar as apostas para o país vencedor da Eurovisão. Itália e Estónia fecham o pódio. San Marino, Portugal e República Checa surgem na cauda da tabela.