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Ciberdúvidas: site que promove a língua portuguesa completa 18 anos

Criado a 15 de janeiro de 1997, por dois jornalistas – José Mário Costa e João Carreira Bom – o site Ciberdúvidas atinge esta quinta feira a maioridade. O projeto fundado sem fins lucrativos atravessa hoje graves problemas de financiamento.

De acordo com José Mário Costa, aquilo que distingue este site dos demais portais de consulta de língua portuguesa tem a ver com os temas abordados “pela nossa formação, sempre quisemos trazer para a discussão textos, temas e palavras da atualidade”. Porém, isto não quer dizer que não sejam discutidas dúvidas alheias ao universo jornalístico.

Ao longo dos anos de existência do Ciberdúvidas, a conjugação do verbo “haver” tem sido frequentemente tratada na  rubrica Pelourinho – “registos críticos de maus usos da língua no espaço público”. Já nos últimos dias, decorrente do atentado ao jornal Charlie Hebdo, a discussão girou em torno do uso da forma “cartoonista” ou “cartunista”, preferindo esta última. Justificação: “(…) no português, as palavras derivadas de empréstimos que são substantivos comuns não costumam conservar as grafias características das línguas de origem”.

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José Mário Costa, também autor e promotor de programas de televisão como Cuidado com a Língua! (RTP), O Jogo da Língua (Antena 1) e Páginas de Português (Antena 2), diz que este aniversário é marcado por “dificuldades” e “sobressaltos de percurso, relacionados com o financiamento de um projeto desta natureza”. O site chegou a ter 50 colaboradores, mas atualmente conta com apenas 5, de forma voluntária “deixámos de poder remunerá-los”.

Os apoios atuais são da Câmara Municipal de Lisboa, “que cedeu um espaço onde o Ciberdúvidas pôde alojar a sua já vasta biblioteca de trabalho” e também dos donativos recolhidos através da campanha SOS Ciberdúvidas.

Os principais utilizadores do portal são jornalistas, publicitários, informáticos, economistas, médicos, arquitetos, juristas, professores e alunos de vários níveis de ensino, mas será com certeza uma boa ajuda para todos os que continuam a ter dúvidas na conjugação do verbo “haver”.