Entre tecidos nobres e rústicos, está a reutilização de sacos de serapilheira importados de países inseridos no comércio internacional do café. Destes materiais e de conceitos como o comércio justo, nasceu a Annark, a nova marca portuguesa de malas.
A marca Annark foi criada em 2013, mas só em 2014 é que o seu conceito foi posto em prática. Ana Isabel Madeira é a responsável pela marca, que significa Arca de Ana. Na realidade, tudo começou com a descoberta de tecidos antigos em arcas na aldeia da Carrasqueira, na Comporta.
Depois, a procura de materiais começou a fazer-se em antigos armazéns da aldeia e em antigas casas de algodão do país. Mas a procura não ficaria por aqui. Os tecidos reutilizados começaram a ser importados de outros países. E assim começou um novo momento na evolução criativa de Ana Isabel Madeira.
Atualmente, a Annark confeciona malas sobretudo de tecidos vintage, como as chitas, de tecidos mais rústicos, como as fazendas de linho e a juta, e de sacos de serapilheira usados no comércio internacional de café. Estes sacos são comprados em países como Brasil, Etiópia ou Honduras.
Ao Espalha-Factos, Ana Isabel Madeira esclareceu que: “Os sacos de serapilheira são comprados à medida que surgem no mercado, ou seja, quer por via de fornecedores privados ligados a negócios de import -export, quer comprados na web quando se adequam às nossas necessidades. No entanto há muito desperdício porque só utilizamos sacos que estão em boas condições, quer em termos estéticos, quer físicos.”
Quanto à concepção, existe um ateliê composto por duas pessoas. Ana Isabel Madeira trata do design das sacolas e das malas. A execução é feita por uma profissional com conhecimentos em marroquinaria e na decoração de interiores. Contudo, quando as encomendas aumentam, solicitam-se mais colaboradoras, o que já está a acontecer atualmente. “Neste momento já só estamos a trabalhar para responder a encomendas, o que nos mantém em laboração activa”, informa a criadora da Annark.
Os conceitos refletidos pela Annark têm sido um dos motivos da evolução desta marca. Entre eles, distingue-se a ligação ao artesanato português (através de parcerias com artesãos e costureiras, e da utilização de peles e ferragens de origem nacional) , assim como, a preocupação com o impacto ambiental e a aplicação dos princípios do comércio justo no preço das malas.
A Annark tem uma página dedicada à demonstração do seu trabalho e das encomendas. Para visualizares a página oficial, clica aqui.