O Espalha-Factos terminou. Sabe mais aqui.
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OneRepublic: qualquer coisa entre o fantástico e o incrível

A MEO Arena viveu ontem momentos de pura magia musical. Anunciado há mais de um ano, os OneRepublic tinham como um dos últimos destinos desta tour europeia a cidade lisboeta e, ao que parece, resolveram guardar o melhor para o fim, brindando as cerca de 13 mil pessoas dentro do pavilhão com uma voz incrível e de deixar qualquer um boquiaberto. Claro, o Espalha-Factos não faltou ao evento e relata-te agora os melhores momentos.

Chegámos por volta das 18h às imediações da MEO Arena e as filas eram ainda curtas, mas contavam com pessoas vindas um pouco de todo o país que não quiseram perder a oportunidade de ver ao vivo a banda norte-americana. Às 19h, hora de abertura das portas, o ambiente era já um pouco mais lotado mas foram poucos os fãs que correram em direção à primeira fila. Resumindo: não havia gritos, nem grandes exaltações, mas sim um ambiente tranquilo recheado principalmente de adultos e universitários.

Os primeiros a entrar em palco foram os Kongos, que acompanharam os reis da festa durante cinco semanas e acabaram por proporcionar um espetáculo muito melhor do que a maioria das expectativas esperavam. A atuação da banda sul-africana é muito mais intensa do que as suas músicas possam transparecer, e músicas como I Want to Know e Come With Me Now puseram a MEO Arena a mexer sem grande dificuldade.

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Mas todos aguardavam pelo grande momento, pelo grande concerto. Um pano branco cobriu toda a infraestrutura do palco enquanto se ultimavam os preparativos, mas não tardou muito até que Zach Filkins – o guitarrista da banda, que surpreendeu com um solo de cortar a respiração – começasse a dar música com a Light it Up, que acendeu fervorosamente as almas dos presentes. Quando todos menos esperavam, o pano caiu. Algo de maravilhoso aconteceu.

Set list completa:

  • Light it Up
  • Secrets
  • All The Right Moves
  • What You Wanted
  • Stop And Stare
  • Something I Need
  • Apologize
  • Stay With Me (Sam Smith)
  • Budapest
  • Come Home
  • Good Life
  • Counting Stars
  • Can’t Stop
  • Au Revoir
  • I Feel Again
  • I Lived
  • Love Runs Out
  • What a Wonderful World (Louis Armstrong)
  • If I Lose Myself

O ritmo inicial do concerto foi morno, sem grande contacto com o público e, com exceção da All The Right Moves, com músicas ideais para quem tivesse ido ao concerto com a sua cara-metade. Mas a gestão musical foi muito bem feita e os trunfos estavam todos lá e foram jogados na altura certa, como foi o caso de Something I Need, que proporcionou um dos melhores momentos da noite com Ryan Tedder a viajar pelo palco com uma câmara da produção na mão. Pesada, por sinal, mas que mostrou o à-vontade do cantor e o carinho que ele sente pelos fãs.

A Apologize, música que lançou os OneRepublic para o mundo do estrelato, ‘abriu’ as hostilidades num mini-palco que a banda tinha no meio da arena. “É a primeira vez em cinco ou seis anos que cá estamos, por isso vamos tentar compensar”, havia confessado Ryan Tedder, que voltou a causar emoções fortes com a Good Life que, imagine-se, foi acompanhada por imagens de Lisboa no ecrã gigante, que mostrou a bandeira portuguesa em grande plano na parte final.

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Os OneRepublic sabiam para quem estavam a atuar, e a grande magia da sua atuação esteve na capacidade de adaptação que foram capazes de fazer, para além, uma vez mais, do enorme apreço que têm pelo público português. Se uma opinião pessoal me é permitida, a voz de Ryan Tedder é uma das melhores vozes que já ouvi ao vivo, o que me deixa curioso por saber até onde chegarão os OneRepublic nos próximos anos.

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Já na parte final, e depois de uma primeira despedida com a  I Lived a banda não parava de ouvir os pedidos do público e voltou a palco para cantar mais três músicas, entre elas a lendária If I Lose Myself. Lá pelo meio pôde ouvir-se uma mensagem emocionante do vocalista: “Depois de termos feito este álbum, viajámos para uns 50 países em cinco continentes, mas só voltamos para férias a dois ou três. Portugal é um deles”. Tudo isto dito na sua língua nativa, mas pouco tempo antes de, em alto e bom português, Ryan ter dito: “estamos loucos para voltar!”. E nós também estamos loucos para que voltem.

Três dados a reter:

– Coisas como “estamos loucos para voltar“, “obrigado” dito um ínfimo de vezes, “um, dois, três, quatro” e “eu amo-vos”, tudo isto dito em português por Ryan Tedder, não se aprendem só porque sim, e provam que Portugal gosta dos OneRepublic como os OneRepublic gostam de Portugal, para além da capacidade poliglota do cantor.

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– Há muitas outras bandas que até podem produzir grandes músicas mas ficar à quem na presença em palco, mas não eles. A ordem de músicas foi muito bem escolhida, o envolvimento com o público foi excelente e até pequenos ‘truques’ como as imagens de Lisboa ou até mesmo a bandeira de Portugal causaram um impacto bastante positivo na plateia. Para além do mais, não é qualquer pessoa que canta uma música como ‘Counting Stars‘ enquanto marca o ritmo com uma pandeireta no peito. Ainda estou para descobrir como se faz.

– E porque o melhor fica para o fim: os OneRepublic estão a produzir um novo álbum! A confirmação foi dada em palco pela banda, que, tal como em Native, estão a aproveitar as viagens pela Europa para recolher ideias para a escrita, e Lisboa esteve no centro de imaginação para Tedder, que já havia composto grande parte do seu mais recente álbum. A promessa ficou feita.

Fotos: Alexandre Antunes / Everything Is New

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