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5 filmes para ver com os amigos (Parte 1)

A rubrica “5” pretende trazer aos leitores cinco factos cinematográficos de 15 em 15 dias. Esta semana, debruçamo-nos sobre o eterno dilema do comum grupo de amigos: qual é o filme ideal para ver naquela noite em que só apetece ficar em casa?

O presente artigo pretende fazer poupar os longos minutos (horas?) de discussão e pesquisa, que muitas vezes resultam em mau humor e, não raras vezes, na desistência da sessão de meia-noite. Como é lógico, existe um vasto leque de sugestões cinematográficas noctívagas, por isso, utilizámos alguns critérios para desenhar o retrato do bem-amado filme para ver com a malta mais chegada, ou seja, aqueles filmes que podem agradar igualmente ao mais distante apreciador de cinema e ao ratinho de biblioteca da sétima arte.

Assim, a lista foca-se genericamente em filmes falados em inglês, não muito antigos e sem grandes labirintos ou cruzadas intelectuais. A ideia é agradar a gregos e troianos, provocar sustos e risos e não pensar muito durante aquelas duas horas de fita. O Espalha-Factos traz-te duas listas de filmes com baterias apontadas à comédia e ao terror, os dois géneros mais procurados nestas fatídicas noites de cinema. Este é o primeiro e sugere-te cinco comédias para veres com os teus amigos.

A Ressaca (2009)

Este é um daqueles filmes que parece ter sido feito para ver com amigos. A temática é uma amiga bem conhecida do público mais jovem, as personagens destacam-se todas à sua maneira, fazendo uso dos estereótipos que lhes estão impregnados, e o sumo da comédia – a piada – está bem suculento durante os 100 minutos de filme. A história é básica, cliché (acontece em Las Vegas) e fácil de seguir, mas a percentagem de piadas no alvo fazem do filme um vencedor, com destaque para as interpretações de Zach Galifianakis, Ken Jeong e Ed Helms, que provocam a maior parte das risadas. Entre chineses nus, dentes partidos e um tigre do Mike Tyson, A Ressaca acaba por ser uma escolha segura, que cumpre a sua missão: fazer rir.

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Amigos Improváveis (2011)

Misturar lágrimas com riso e consciência com leviandade não é, de todo, uma inovação, mas fazer em simultâneo um grande drama e uma grande comédia já tem os seus méritos. No geral, este acaba por ser um filme de dicotomias e contrastes espelhados em Philippe (François Cluzet) e Driss (Omar Sy), um tetraplégico e o seu ajudante, que aprendem que a amizade não tem raça, idade, nem estatuto social. Se a língua francesa pode deixar alguns dos teus amigos reticentes, também é provável que muitos deles admitam o erro de julgamento primário no final de Amigos Improváveis. A fusão de momentos humorísticos com dramáticos fazem com que este filme seja também perfeito para ver em casal, havendo no entanto o constante perigo de deixar o filme a meio, o que seria uma pena.

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Doidos à Solta (1994)

Este é o filme mais antigo desta lista e, porventura, o de opinião mais agridoce. Doidos à Solta e as tiradas de Jim Carrey são um pouco como o wasabi, ou se adora (que é o caso do autor deste artigo) ou se odeia. O filme conta a história de Lloyd, que se apaixona por uma mulher e vai de propósito a Aspen – uma espécie de Alentejo com montanhas e neve – para lhe entregar uma mala que ela deixou no aeroporto. Se isto por si só não é suficientemente estúpido, o filme é ideal para ti. Os momentos de estupidez sucedem-se, com Jim Carrey e Jeff Daniels sempre em alta numa viagem ao volante de um carro em forma de cão pastor (isto é mesmo a sério). Este é o tipo de humor que pode não agradar a todos os teus amigos, mas que terá sempre gargalhadas sonoras em pano de fundo.

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Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos (2006)

Depois das palhaçadas de Jim Carrey e para destoar de um humor tão ligado ao visual e à estupidez, Little Miss Sunshine, ou traduzido literalmente (not), Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos, é a escolha perfeita para rir e chorar. São muitas as vezes que nos rimos da desgraça dos outros, não que seja por maldade, mas parece que o infortúnio dos outros, neste caso excessivo, tende a despertar fortes gargalhadas em nós. É este tipo de humor que encontramos neste filme, vencedor de dois prémios da Academia, em 2007, uma família falida com membros disfuncionais destinada a sofrer azares. Desde homossexuais suicidas, veteranos de guerra viciados, jovens rebeldes ou crianças que merecem um Oscar pela sua representação, encontramos de tudo um pouco neste filme onde tudo piora gradualmente.

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Snatch – Porcos e Diamantes (2000)

Snatch – Porcos e Diamantes segue o mesmo molde e caminho de Um Mal Nunca Vem Só, também de Guy Ritchie, mas com o dobro da piada. A uma história de crime aparece alicerçado um humor bem britânico e refinado, que surpreende pela criação de personagens interessantes e (des)construção dos estereótipos criminais. O papel de Brad Pitt na pele de um cigano cheio de força acaba por ser um dos pontos altos de um filme onde Jason Statham, Benicio Del Toro e Vinnie Jones também fazem rir a bom rir. Ao contrário de outros filmes desta lista, para este é necessária atenção constante, já que as personagens surgem desprendidas umas das outras numa fase inicial, havendo depois uma espécie de “destinos cruzados” entre todos os criminosos.

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Agradecimentos: Inês André