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Arctic Monkeys

NOS Alive, dia 10 de julho: Arctic, We Are Yours

A edição de 2014 do Optimus Alive, agora NOS Alive, começou ontem e com casa cheia. Cerca de 55 mil pessoas, dados da organização, rumaram até ao Passeio Marítimo de Algés, Oeiras, na esperança de sentir o Rock como já não o sentiam há muito. E bem, a esperança cumpriu-se e os Arctic deram um dos concertos mais poderosos do ano e que vai ficar na cabeça de todos os que o presenciaram.

O NOS Alive não passa apenas por um palco. Isso é claro logo à chegada do recinto, com o Pórtico NOS a dar música aos festivaleiros. Foram várias as bandas nacionais que ao longo da tarde animaram a longa fila da entrada. Ainda com o sol alto, mas já dentro do recinto, as escolhas já eram complicadas de fazer. “Heineken, Clubbing, NOS, ou Comédia?”, pensávamos. Fomos ao Palco Heineken, onde Noiserv dava um concerto com algum público, que estava lá por ele e não por causa da sombra da cobertura.

Noiserv

Com pouco tempo para gastar, tivemos de ir o que se passava no Palco NOS. Era Ben Howard, o britânico de 27 anos, que estava a inaugurar o palco principal. Sempre de guitarra em punho, Ben ainda arrancou bons aplausos e cânticos, sendo que estes últimos só foram alcançados com o tema mais conhecido Keep Your Head Up. Nota positiva para Howard, no entanto ficou a sensação que o palco ideal para ele seria o Heineken.

Ben Howard

A seguir no menu do Palco NOS estavam os The Lumineers. E o que há para dizer dos Lumineers? Duas palavras: Ho Hey. Era notório que a maior parte do público presente no concerto da banda de Jersey não conhecia o reportório, estavam somente à espera que aquela música passasse. Mal aconteceu, o público explodiu, cantou, saltou e depois? Foi embora, ver o que se passava noutros palcos.

Directamente de Las Vegas para Oeiras, os Imagine Dragons tomaram de assalto o Palco NOS. Havia curiosidade para ver o quê que estes rapazes tão camaleónicos tinham para oferecer em palco. Começaram mornos e com o vocalista, Dan Reynolds, a falar muito sobre Portugal e como Portugal tinha acolhido a banda. Depois o concerto ficou um pouco confuso, guitarras eléctricas, bombos, mais bombos, já falei em bombos? Pois, os Imagine Dragons precisam de apurar qual é a sua identidade, se são uma banda rockpop, ou qualquer coisa. Mas andar a vaguear entre vários géneros é que não pode ser. O final do concerto foi a tentativa da salvação com o tema Radioactive a ser cantado em uníssono com o público, público esse que era composto sobretudo por adolescentes.

Imagine Dragons

Uma das novidades do  NOS Alive é o novo palco Jardim Caixa Comédia. Por este palco vão passar vários humoristas nacionais, ontem a tentativa era de ir ver Salvador Martinha. Ficámos presos na multidão que saía de Imagine Dragons, chegámos atrasados. Mas não muito, apenas 20 minutos, fazendo com que tivéssemos visto apenas três piadas com iPhones. Esta é uma das críticas que ouvimos e fazemos a este palco, as intervenções são muito curtas. Cerca de 25 minutos por humorista. Por outro lado este é o palco ideal para sentar e esticar as pernas, algo essencial num festival.

Carne para canhão”, conhecem a expressão? Este primeiro dia do NOS Alive teve dois grandes casos onde esta expressão assenta que nem uma luva. Interpol e Kelis. Comecemos com os primeiros, a banda nova iorquina já traz consigo um estatuto considerável, no entanto ontem não teve público à sua altura. Durante o concerto a maior parte das pessoas aproveitou para se sentar, descansar as pernas, tirar selfies ou até enviar mensagens para uma parede gigante!

Ainda assim, os Interpol foram generosos, tocaram temas do futuro álbum, El Pintor, e disseram que era uma honra estar a tocar no palco do Alive.

Interpol

Do outro lado do recinto, mais uma artista a ser fustigada, desta vez pela má escolha de horários por parte da organização, Kelis. A organização do NOS Alive colocou o concerto da norte-americana às 00h20, ou seja, cinco minutos depois do concerto dos Arctic Monkeys começar. Como é óbvio, a escolha não podia correr bem. O resultado foi um concerto competente, mas não com a quantidade de público merecida.

Last but not least, antes pelo contrário. Arctic Monkeys. Bem, o que dizer destes senhores? A banda que era vista como uma moda adolescente e com um rock adolescente amadureceu. Os Arctic Monkeys são agora uma banda rock. Não há volta a dar, o concerto de ontem à noite foi a prova disso.

Arctic Monkeys

Os Arctic Monkeys entraram a matar com Do I Wanna Know?. Turner teve consigo um coro de 55 mil pessoas, arrepiante. E a banda seguiu, com o bem disposto Snap Out of It, seguido de Arabella. Tempo de Alex Turner tirar o pente do bolso, ajeitar o cabelo cheio de brilhantina e todo “lambidinho”, guardar o pente e preparar-se porque vai começar uma viagem ao passado! Brainstorm Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair colocaram à prova os dotes vocais do público. Público que não desiludiu e apesar de jovem, sabia de cor e salteado as músicas mais antigas da banda.

Se os dotes vocais já estavam testados, era tempo de testar os movimentos de dança com Dancing Shoes. E assim seguiu o concerto, com participação q.b., Turner sabe como manter um público animado e em euforia. O reportório escolhido pela banda inglesa encaixou que nem uma luva no NOS Alive, a dose certa entre os temas mais novos e os antigos, a dose certa entre a animação e guitarras agressivas com as guitarras mais românticas. Foi tudo muito bem feito, provando que os Arctic Monkeys sabem tocar para grandes multidões.

encore é a cereja no topo do bolo, com três músicas de AM,  One for the Road, I Wanna Be Yours e R U Mine?. Perante a última música, a resposta do público não podia ter sido mais explicita, o público do NOS Alive é mesmo dos Arctic Monkeys.

*Este artigo foi escrito, por opção dos autores, segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1945

Fotos cedidas pela organização

 

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