A EF Euronight, iniciativa do Espalha-Factos em parceria com a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA, juntou fãs e menos fãs esta terça-feira para ver a primeira semifinal do Festival Eurovisão da Canção.
Numa noite dedicada aos fãs da Eurovisão, o auditório 2 da FCSH encheu-se de algumas dezenas de espectadores, incluindo estudantes Erasmus em apoio ao seu país de origem. Assim que a transmissão começou o burburinho inicial acalmou e o olhar concentrou-se no importante. Mais uma noite eurovisiva, desde que o Festival Eurovisão da Canção teve início a 24 de maio de 1956, mas desta vez em ambiente académico, na Avenida de Berna, com as bandeiras dos 37 países concorrentes a decorar o espaço.
Apesar de Portugal ser o concorrente número 13, o que já não previa um resultado animador, os comentários fizeram-se sentir cedo e sentenciais: “para fazermos vergonhas é melhor nem passarmos”. No entanto, o silêncio fez-se sentir com a entrada da vencedora da última edição, Emmelie de Forest, e continuou quando os três apresentadores, Nikolaj Koppel, Lise Røne e Pilou Asbæk, entraram em cena com algum humor. Não demorou muito a começar o vídeo inicial com o primeiro concorrente a elaborar uma bandeira de forma bastante original, tal como sucedeu com todos os outros antes da tão esperada performance, sendo de salientar a prestação de Portugal com Suzy a tornar-se literalmente parte da bandeira.
Numa noite de 16 atuações, o primeiro momento de entusiasmo chegou à terceira canção. Tanja, acompanhada por um dançarino, representou a Estónia com Amazing, sendo a primeira concorrente a entusiasmar realmente com uma voz quente e uma presença bastante atraente, além de uma performance de dança bem executada, que não tirou o fôlego à intérprete, mas infelizmente também não lhe garantiu lugar na final.
Sanna Nielsen, que estava deslumbrante com o clássico black little dress, presenteou o público com Undo e uma das melhores atuações da noite, que deixa antever uma possível vitória por parte da Suécia, que juntou ao favoritismo dos fãs o crescimento nas apostas online.
As gémeas russas conquistaram com Shine, sorrisos sedutores, uns truques com o cabelo e um número de equilibrismo, alcançado o já previsível apuramento. Rui Andrade, cantor português que fez os back vocals da interpretação, mereceu o primeiro aplauso na EuroRoom do Espalha-Factos.
Valentina Monetta conquistou com Maybe, que foi um yes para San Marino, apurado pela primeira vez. A encenação, algo paradisíaca, não foi propriamente uma pérola, mas havia alguma ternura pela concorrente do país, a participar pela terceira vez na Eurovisão e a concretizar um sonho de criança ao alcançar a final.
O grande momento da EF Euronight chegou com Suzy e as suas hips don’t lie, que fizeram Quero Ser Tua, da autoria de Emanuel, brilhar com uma performance bem executada, apesar da aparente falta de apoio por parte da maioria dos portugueses. Ainda assim, o auditório da FCSH ficou bastante eufórico, tendo os presentes, inclusive, acompanhado a cantora. Embora Suzy tenha sido uma escolha polémica, a verdade é que apresentou uma energia eurovisiva que conquistou muitos países estrangeiros, mas pecou por ter sido cantada apenas em português e não na versão bilingue que o “rei do pimba” tanto desejara. A final ficou por conquistar, mas os Oh-Oh-Oh e o já mítico wawawêwawê ressoaram na B&W Hallerne. Os resultados da semifinal, a revelar no próximo sábado, permitirão entender melhor a classificação da música portuguesa.
Holanda e Montenegro foram os penúltimos, mas nem por isso os piores, tendo ambos sido apurados. A Holanda conquistou com a música country Calm After the Storm, interpretada pela banda The Common Linnets, que se apresentou em palco com algum simbolismo, uma vez que os membros masculinos se encontravam vestidos de preto e a voz feminina de branco, representando a bonança que sempre aparece depois da desventura. É de frisar também a cumplicidade entre os vocalistas. Uma surpresa que está a subir nas apostas online e a fazer sensação nas vendas do iTunes. Já Montenegro ofereceu uma sonoridade agradável na sua língua materna, tendo sido Sergej Cetkovic o único cantor que, não tendo cedido ao poder da língua internacional, conseguiu o apuramento.
Na hora dos resultados, as expectativas eram muitas e notou-se bem o nervosismo, que foi substituído por animação sempre que a Suzy voltou a aparecer com o seu vestido vermelho – ou a falta dele – no ecrã. Se fossem os presentes a decidir o TOP10, figurariam Portugal, Suécia, Hungria, Holanda, Estónia, Ucrânia, Azerbaijão, Montenegro, Rússia e San Marino. Até ao último minuto, a esperança foi mesmo a última a morrer, mas a Iceland foi, neste caso não um balde de água fria, mas de gelo, ocupando o lugar de que a sala desejou para a canção nacional. Satisfação para nós: Acertámos em oito dos finalistas.
A primeira EF Euronight fica para a história como uma noite agradável, que se irá repetir com a transmissão do dia 10 de maio, a partir das 20h00, com um warm-up duas horas antes. De entrada livre, com serviço de bar e a habitual euforia de quem é eurovisivo. Uma coisa é certa – nós estamos na final!