Nesta 11º edição do Festival Internacional de Cinema Independente é homenageada a revolução. A mesma que há 40 anos mudou Portugal e permitiu que este e muitos outros festivais existam hoje. O IndieLisboa de 2014 inicia-se assim nos dias da revolução e estende-se até dia 4 de maio.
A homenagem a Abril de 1974 é feita com um programa especial, o República dos Cravos – 25 de Abril Sempre, com sessões realizadas entre ontem e hoje.
A Competição Internacional é o corpo e a alma do festival, constituída por primeiras e segundas obras inéditas em Portugal, muitas delas sem distribuição garantida no nosso país. Todos os géneros têm lugar nesta competição, desde a animação, o documentário, o cinema experimental e a ficção, em curtas ou em longas. Alguns destes nomes ainda desconhecidos serão realizadores consagrados amanhã.
Seguidamente importa referir a particular atenção do IndieLisboa ao cinema português. A Competição Nacional integra os filmes portugueses tanto da Competição Internacional como das secções Observatório e Cinema Emergente. Quase todos têm estreia mundial neste festival.
Grande destaque para a Director’s Cut, em que o documentário e o cinema experimental contemporâneo mergulham na memória do cinema, ao mesmo tempo que nos é dado o seu contexto a partir de grandes clássicos – a não perder obras como a rara versão em 3D de Dial M for Murder de Hitchcock, O Rosto de Bergman, Stromboli de Rossellini ou Antes da Revolução de Bertolucci.
Comemoram-se ainda os 10 anos do IndieJúnior, que promete desafiar e estimular as crianças com novas histórias e novas técnicas. Serão elas o público de amanhã, os cinéfilos de amanhã. Esta secção tem crescido e este ano apresenta-se com programação e campanha publicitária próprias.
Destaque ainda para duas outras secções, o regresso da Herói Independente, interrompida em edições anteriores por constrangimentos financeiros, que embora continuem a existir, permitem ainda assim a homenagem a Claire Simon – a não perder Gare du Nord e Géographie Humaine -, e para a Observatório que nos traz obras inéditas em Portugal do cinema contemporâneo por realizadores já consagrados.
Uma última nota para a exibição de duas produções portuguesas feitas no âmbito de Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura – 3X3D de Peter Greenaway, Edgar Pêra e Jean-Luc Godard, e Centro Histórico, de Aki Kaurismäki, Pedro Costa e Victor Erice.
É altura também para relembrar o desaparecimento de espaços nobres do cinema lisboeta e antigas casas do IndieLisboa, o Londres e o King. Assim, o festival irá decorrer entre a Culturgest, o Cinema São Jorge, o Cinema City Campo Pequeno e a Cinemateca Portuguesa, com o Indie by Night a realizar-se em vários locais, com destaque para o bar e restaurante Primeiro Andar. Para mais informações visite o site do IndieLisboa, aqui.