É uma peça de teatro, é um concerto e até uma mostra de rádio. A Cabide é isto tudo, uma revista nem em papel nem digital, mas ao vivo, no Cinema São Jorge, de 29 de maio a 1 de junho.
A Cabide apresenta-se, assim, como a “primeira revista portuguesa ao vivo”, cujo primeiro número acontece no próximo mês e que parte da pergunta “Saberemos tomar conta de nós?”. Esta questão, que é o tema central da primeira edição, relaciona-se “com todos [os portugueses] e com a actualidade, porque a Troika deverá sair do país, há eleições europeias em maio e legislativas em 2015”.
E para que o público não reflita e chegue a nenhuma conclusão antes de ouvir várias opiniões, as respostas serão dadas de várias formas. O ensaísta Eduardo Lourenço, concederá uma entrevista ao jornalista Carlos Vaz Marques, o escritor Gonçalo M. Tavares vai presentear o público com uma conferência e um ensaio do escritor e jornalista Pedro Rosa Mendes será também apresentado sobre a mesma temática.
A arte cénica também vai ter o seu papel nestes quatro dias do primeiro número da Cabide, com Pedro Mexia a encenar a peça de teatro O lago Constança, com os actores Teresa Tavares, Maya Booth e Cristóvão Campos. Os responsáveis pela instalação artística que vai estar presente na mesma altura, no Cinema São Jorge, serão Miguel Palma e Luís Pedro Cabral, enquanto a exposição de ilustração fica a cargo de Nuno Saraiva, Alex Gozblau e João Fazenda.
Na agenda da Cabide, está ainda previsto um concerto do projecto Galo Gordo, orientado para o público infantil, a exibição do filme Othon, de Guillaume Pazat e Martim Ramos e ainda debates com Joaquim Vieira, Maria Filomena Mónica, João Miguel Tavares e Onésimo Teotónio Almeida, entre outros.
Ainda no espírito de transformar o Cinema São Jorge num pequeno mundo da comunicação social, o espaço receberá ainda a Mostra Internacional de Rádio Terra do Som, para que se escutem “reportagens, documentários e outras criações radiofónicas” feitas desde 2000, com a presença dos jornalistas Adelino Gomes, Fernando Alves e João Paulo Guerra e o programador António Pinto Ribeiro.
A direção da Cabide pretende que a revista ao vivo se realize noutras cidades do país, mas por agora espera pela reação e adesão dos “leitores”, o que ditará a periodicidade da Cabide. Os bilhetes estarão à venda a partir de 1 de maio.