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Guimarães volta a receber o Festival Internacional de Dança Contemporânea

Começou ontem o festival internacional de dança contemporânea em Guimarães. A quarta edição do GUIdance decorrerá entre os dias 6 e 15 de Fevereiro no Centro Cultural Vila Flor e na Plataforma da Artes e da Criatividade. O Espalha-Factos dá-te a programação pormenorizada para que decidas quais os espetáculos a não perder:

Dia 6 de fevereiro, pelas 19h30, o Black Box PAC (Plataforma das Artes e da Criatividade) recebe Matilda Carlota –  Com coreografia de Jonas Lopes, esta é uma peça que remete para um desejo de algo que não aconteceu, com uma saudade de ser outro. Matilda Carlota é um mundo de contradições e ambiguidades, desde logo assumidas por uma personagem andrógina, artificial e psicologicamente grávida de desejo.”

Mais tarde, pelas 22h, no Grande Auditório CCVL (Centro Cultural Vila Flor), tem lugar Fica no Singelo. A Companhia Clara Andermatt explora o lado das dança tradicionais portuguesas, como o folclore e as danças populares,  unindo o rural com o urbano, o ritual e o convencional, a cultura e a arte. No final do espetáculo é dada ao espetador a oportunidade de fazer parte de um baile, experimentando as danças que inspiraram a peça.

Dia 7 de fevereiro, pelas 19h30, no Black Box PAC, sobe ao palco MM . Ludving Daae é o coreografo e o intérprete deste dueto virtual com a sua imagem.“Uma poética possível a partir da tecnologia que confere primazia ao movimento, pois é no vídeo que ele se manifesta mais pertinente.” Logo de seguida sobe ao palco Nil City onde Flávio Rodrigues e a Companhia de dança do norte propõem um lugar sem tempo onde a civilização, repleta de fluxos e interações dominadas pela política e pela economia, implode invertindo os seus eixos.

http://youtu.be/iRWO2KWiAxY

Ainda nesse dia, pelas 22h, no Grande Auditório CCVF, pode-se assistir a Pele. Mais uma vez a companhia Útero participa no GUIdance, desta vez com um dueto. Dois corpos nus que se interligam como uma tapeçaria, que invertidos ganham verticalidade. “Um questionamento. Um lugar de abstração. Um apelo à descodificação através dos sentidos.

No dia 8 de Fevereiro, pelas 19h30, no Black Box PAC, tem lugar Oxitocina. Mara Andrade coreografa esta performance densa sobre as várias sensações de prazer que se caraterizam pela efemeridade, pela mulher como instrumento e depósito que sofre sempre. Por minha culpa, minha tão grande culpa, é o espetáculo que se segue no mesmo local. Marco da Silva Ferreira e Mara Andrade estão em palco e raramente se olham ou cruzam. Um espetáculo que explora a felicidade que cresce no ser, face à tragédia e infelicidade do outro.

À noite, pelas 22h no Grande Auditório CCVF, Transposition#2. Emanuel Gat traz-nos a segunda parte de um conceito coreográfico que explora o movimento do ser humano. Transposition#2 recorre à simplicidade de meios. O corpo de bailarinos preenche o palco. Há grandes movimentos em conjunto que fazem da coreografia uma massa dinâmica intensa, colorida, misturando o tecido da roupa com a pele de corpos parcialmente despidos.” Logo depois Mathilde Monnier leva a palco Objets Re-Trouvés, um espetáculo criado para homenagear o corpo de dança, para se dizer em voz alta o que se pensa em silêncio. Objets Re-Trouvés explora a relação de 23 interpretes com as suas obras, dando espaço para que o corpo traduza as partes do real que possui.

http://youtu.be/2Sj8JpYpVAg

No dia 13 de fevereiro, pelas 19h30, no Black Box PAC, está em cena Hale.  Aleksandra Osowicz, Filipe Pereira, Helena Martos, Inês Campos e Matthieu Ehrlacher coreografaram esta performance para 5 bailarinos. 23kg de plástico e ventiladores dão vida a matéria inanimada, juntando o orgânico e o artificial, num “estudo para um organismo artificial”.

Às 22h, no Grande Auditório CCVF, é Hoje que é levado a cena. Tiago Guedes criou uma peça sobre o presente que vivemos, que nos move, que nos carateriza. Sete bailarinos em palco em constante contraste com a solidão e com a multidão, existindo na hesitação entre o sólido e o lamacento.

No dia 14, pelas 19h30, no Black Box PAC, é apresentado O que fica do que passa. Com coreografia de Teresa Silva e Filipe Pereira “O que fica do que passa questiona a forma como nos relacionamos com a memória.  Uma dança onde o que vemos é o que provém de nós próprios. Do escuro, apenas impressões.”

Às 22h, no Grande Auditório CCVF, Grind – Jefta van Dinther, Minna Tiikkainen e David Kiers exploram numa coreografia um termo industrial que entrou na cultura popular através da dança e da música, com raízes na Lambada e no perreo caribenho dos finais dos anos 90. Após o espetáculo a noite continua no café-concerto com dj set de Rui Almeida.

http://youtu.be/Zx1-KJB_Y_c

Por último, dia 15 de fevereiro pelas 19h30, no Black Box PAC, sobe ao palco Abstand. Luís Marrafa criou um dueto no qual ele próprio é interprete juntamente com António Cabrita, onde se interroga  sobre a distância certa entre pessoas. Estabelece um diálogo constante, com interações rápidas e com vigor. É nas metrópoles que há mais interações, mas também onde nos sentimos mais sozinhos. E se dentro de cada um de nós existir uma metrópole?

Para terminar, às 22h, o Grande Auditório CCVF recebe ParaísoColecção Privada  –  Paraíso é uma performance intensa de Marlene Monteiro Freitas “que oscila entre a música de inspiração sacra e a articulação de movimentos mecanizados, a música eletrónica e a poliformia.” Mais uma vez a noite prolonga-se no café concerto do CCVF com o dj set Rui Almeida.

Para além dos espetáculos de coreógrafos nacionais e internacionais conceituados, o GUIdance conta ainda com workshops, aulas abertas, conferências, tertúlias e muito convívio. Os bilhetes variam entre os 5€ e os 12€. Para mais informações visita a programação oficial.