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Crítica: Shangri-La, de Jake Bugg – é como ‘Melhoral’

Quem ouviu o disco homónimo de Jake Bugg (2012) sabe perfeitamente que estamos a falar de um músico com excelentes capacidades na composição e com mestria na execução das músicas à guitarra. Caiu, por isso, nas bocas da crítica, que o comparam “só” a Bob Dylan.

Quem o pôde ver no Passeio Marítimo de Algés, no Optimus Alive do ano passado, percebeu também que, além de agradar muito aos seus conterrâneos, o menino britânico é um bom performer e os seus concertos são sempre momentos musicais bem passados.

É também verdade que em terras de sua majestade todas as semanas brotam bandas de qualidade muito acima da média mas que, para o bem e para o mal, rapidamente são ultrapassadas por outras. Se é relativamente fácil aparecer, o mais difícil é manterem-se nos media, na edição e nas boas graças dos ouvintes.

Neste cenário, Jake Bugg, o miúdo de apenas 19 anos, revela, no tradicionalmente difícil segundo disco, as mesmas qualidades que o puseram nas bocas da crítica, mas na prova final não passa com uma nota para além de um satisfaz.

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Shangri-La é composto de 12 temas que se dispersam entre sons mais rasgados e baladas adolescentes e que são como ‘Melhoral’: não fazem bem, nem fazem mal. Não tem músicas de que nos lembremos daqui a dois anos mas também não tem temas que nos façam sair a correr do bar que as estiver a tocar. É música de consumo imediato e isso nem é bom, nem é mau.

Talvez a excepção seja para Storm Passes Away – com o dedinho de Brendan Benson -, que nos remete para um clássico Bob Dylan, influência que Jake não nega, com toda a propriedade. É o tema que mostra a maturidade musical de Bugg e que mostra o caminho mais bonito que o músico deve seguir. O terceiro disco será, provavelmente, o tira-teimas.

Para ouvir: numa festa Erasmus a fazer brindes com cerveja morta.

Nota final: 5.5/10

*Este artigo foi escrito, por opção da autora, segundo as normas do Acordo Ortográfico de 1945