No sábado dia 21, o bailarino e coreógrafo francês Alain Buffard com apenas 53 anos. A sua obra caraterizava-se pela grande influência que sofria da dança experimental da norte-americana Anna Halprin, mas era ao mesmo tempo íntima e política, recheada de sentido mas paradoxais: fortes e frágeis, violentas e delicadas.
Nascido em Morez, no leste de França, em 1960, Alain iniciou-se na dança em 1978 no Centre Nationale de Danse Contemporaine de Angers. Trabalhou com grandes coreógrafos como Brigitte Farges, Daniel Larrieu, Régine Chopinot ou Philippe Decouflé, apresentando a sua primeira coreografia, Bleu Nuit, em 1988. Trabalhou também numa galeria de arte contemporânea e como crítico de arte antes de regressar à dança nos anos 90 com Good Boy. A sua obra mais recente é Baron Samedi (2012), “uma peça que associa a figura homónima da tradição voodoo ao universo musical de Kurt Weil” diz o Público.
Buffard passou várias vezes pela Fundação Serralves no Porto. Em 2003 apresentou a peça Good Boy, no âmbito do programa paralelo da exposição Caged-Uncaged, de Francis Bacon. No mesmo ano, colaborou com a coreógrafa e bailarina portuguesa Vera Mantero tendo resultado na obra Mauvais Genre.
Volta a Serralves em 2009 por ocasião da apresentação de Parades & Changes, e, além de ter dançado, apresentou o seu filme Lunch With Anna, testemunho do seu encontro com a coreógrafa Anna Halprin.
“Grande poeta do palco, bailarino, coreógrafo, encenador, Alain Buffard nunca deixou de questionar o nosso olhar sobre o humano”, disse a ministra francesa da Cultura, Aurélie Filippetti, que lhe prestou homenagem, elogiando o seu trabalho de “artista comprometido e defensor incansável das liberdades”