A última exposição de Nadir Afonso, falecido esta semana na cidade de Cascais, vai continuar a ser exibida até dia 9 de fevereiro no Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia.
Esta exposição é fruto da junção de um conjunto de obras em tela e guaches com a temática “A Arte é como o Vinho“, porém explorando o complexo feminino em junção com a Bairrada. “Nadir sempre desenhou cidades e projetou mulheres. Recusando ser um simples arquiteto nunca limitou, porém, a sua visão do feminino às curvas de Niemeyer. O Universo de Nadir está mais próximo de Einstein e da velocidade da luz”, disse Carlos Magno referindo-se ao artista. “Surgem (as mulheres) da paisagem como deusas que vieram à sua geometria para tornar o mundo mais habitável. Elas serão sereias ou valquírias olhando a cidade longínqua. Talvez mesmo amantes de Lúcifer ou druidesas”, acrescenta.
Nascido em Chaves a 4 de dezembro de 1920, pintor, arquiteto e pensador, Nadir Afonso Rodrigues formou-se em arquitetura na antiga Escola Superior de Belas Artes do Porto e trabalhou com arquitetos de renome como Le Corbusier e Oscar Niemeyer, mas viria a dedicar-se à pintura a partir da década de 60, alcançando reconhecimento internacional.
Foi distinguido em 1967 com o Prémio Nacional de Pintura e em 1969 com o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso, e condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant`Iago da Espada (2010).