Após 23 longos anos de existência, o mítico Cinema King fechou portas no passado domingo à noite onde 304 espectadores se despediram de uma das salas mais conhecidas de Lisboa.
A derradeira razão para o seu fecho foi o aumento da renda para 12 mil euros, mas não só. Paulo Branco, que tomou o cinema no ano de 1990, explicou os motivos que levaram ao encerramento do edifício de culto, apontando o desinteresse das gerações mais jovens para com o cinema, a falta de divulgação pela comunicação social, o desinteresse da classe política e igualmente a facilidade com que se descarregam ou compram filmes pela Internet.
A nova lei das rendas e a reavaliação feita para o espaço pelas finanças fez subir a renda de 4 mil para 12 mil euros, afirmou o proprietário que defende a existência de regras diferentes para espaços culturais.
Os espectadores assistiram assim à última exibição do cinema lisboeta que passou os filmes Eu e Tu, de Bernardo Bertolucci, Hannah Arendt, de Margareth von Trotta, O Gosto do Saké e Viagem a Tóquio, de Yasujiro Ozu.
Quanto a Paulo Branco, não marcou presença na noite de encerramento, afirmando em conferência de imprensa: “Não gosto de funerais”.