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Jafumega trazem o rock dos anos 80 ao Coliseu

Jafumega, banda fundadora do rock português dos anos 80, que subiu ao estrelato e ao topo das tabelas de vendas nacionais com temas como Latin’America, pôs fim a uma pausa de 30 anos e regressou ao palco na passada sexta-feira (31 de maio).

O Coliseu de Lisboa não esgotou, mas isso não impediu que se sentisse no ar a expectativa acumulada durante anos. Um concerto onde os grandes hits foram ouvidos Latin’América, Nó Cego, Kasbah, Ribeira, entre outros. Muito sintónicos os músicos estiveram descontraídos, alegres e em grande harmonia todo o concerto. Fizeram-se ouvir palavras de Saudade, União, Força e o Desejo imenso que a Cultura portuguesa não caia no esquecimento da conjuntura atual do país. Só Sai a Ti (Society), numa revolta contida os músicos expressaram o seu descontentamento político sublinhando mesmo que, passados 30 anos, as letras das suas canções mantêm-se absolutamente atuais.

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Os 6 músicos fizeram-se acompanhar por Miguel Ferreira (Clã), nos teclados e coros, Rui Vilhena (Vozes da Rádio) nas guitarras e nos coros, e uma secção de sopros composta por Gilberto Cardoso, no trompete, Lorenzo Maceo, no saxofone tenor e Luís Castro no bombardino.

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Jorge Palma, o primeiro convidado da noite, sobe ao palco para cantar em dueto com Luís Portugal o “Homem da Radio” dedicando-a aos homens da rádio que apoiaram a música portuguesa ao longo destes anos. Fizeram-se ouvir poemas cantados de António Aleixo e de Florbela Espanca, adoçando os espíritos exaltados do repertorio anterior. Seguem-se os segundos convidados, António Zambujo acompanhado à guitarra portuguesa por Bernardo Couto.

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Provando que a sua música mantém-se absolutamente atual convidaram ao palco Capicua ao lado do rapper DEAU, que interpretaram juntamente Assim não. Grande momento musical da noite, promovendo um verdadeiro veto político, contestando a emigração, a ausência dos jovens, a falta que a Cultura faz ao país, bem como a despreocupação que predomina face à educação. O país não pode continuar pelo trilho que segue. Assim não.

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Texto: Kikas Lagoa

Fotografia: Sónia Pena