E eis que chegou às salas de cinema a quinta sequela da saga dos famosos filmes que parodiam filmes de terror e não só. Tendo a realização passado desta vez para as mãos de Malcolm D. Lee, este franchise sofreu mudanças que pretendiam favorecer o humor desta longa-metragem, acabando infelizmente por fazer o contrário.
A história deste filme gira em torno de Dan e Jody um casal, cujas vidas começam a ser atormentadas por uma série de fenómenos paranormais, que coincidem com o nascimento do seu filho. Quando estes fenómenos perturbam o ambiente familiar e lançam o caos na carreira de Jody, como bailarina, ou na de Dan como investigador de primatas, ambos concluem que estão a ser perseguidos por uma força paranormal perigosa. O casal quer então acabar com estes estranhos fenómenos antes que a vida das suas filhas adotadas e do seu filho seja colocada em risco. Este filme parodia os seguintes êxitos de cinema: Paranormal Activity, Black Swan, Mama, Rise of the Planet of the Apes, Sinister, Fifty Shades of Grey, Madea, Inception, Evil Dead, The Cabin in the Woods e Insidious.
Começando então pelo enredo, que foi falado no parágrafo anterior, aqui temos um dos primeiros problemas do filme: a narrativa não está bem definida. O filme move-se a um ritmo muito rápido, o que impede o espectador de compreender toda a história à primeira. Enquanto os filmes anteriores apresentavam a história de forma quase paralela ao enredo original a que faziam referência, neste caso parece que o filme pretende estender mais as suas cenas cómicas do que estabelecer uma história, ao mesmo tempo que faz uma referência ao filme original.
O humor, por seu lado, não sofreu inovações; em vez disso tornou-se mais extenso, dependendo demasiado de humor slapstick: são demasiadas as alturas em que alguma personagem é magoada no ecrã. É certo que slapstick é uma das imagens de marca desta série de filmes, contudo é apresentada de uma forma tão exagerada e tão extensa que quando a piada acabou o filme continua a repeti-la (uma running gag, que rapidamente se torna irritante). Existem também fart jokes mas, felizmente, não são tão abundantes.
Anna Faris foi substituída pela atriz e cantora Ashley Tisdale (conhecida pela sua personagem Sharpay Evans nos filmes de High School Musical). Anna Faris agia como uma personagem inocente, carismática, ingénua e com falta de inteligência. Tal era uma paródia direta a muitas outras mulheres protagonistas de filmes de terror, e a atriz sabia disso e com o seu carisma conseguia criar uma personagem que entretinha pela sua estupidez. No caso de Ashley Tisdale, o carisma é praticamente inexistente, o que a torna uma personagem difícil de ser recordada ou mesmo engraçada.
Relativamente às restantes personagens, regressaram atores como Charlie Sheen e Simon Rex, contudo as suas intervenções neste filme são poucas ou vagas em relação a Scary Movie 3. As suas funções aqui resumem-se a serem vítimas de humor slapstick (principalmente a personagem de Simon Rex).
Em suma, este filme é o pior desta saga de filmes cómicos. Apesar de ser certo que o objetivo destas películas não é fornecer algo que seja memorável na história do cinema, aquilo que distingue Scary Movie 5 dos seus predecessores é o facto de os mesmos conseguirem entreter momentaneamente uma audiência. No caso deste, o humor foi fraco, repetitivo e não trouxe nada de inovador.
2/10
Ficha Técnica:
Título Original: Scary Movie 5
Realizador: Malcom D. Lee
Argumento: Jerry Zucker, Pat Proft
Elenco: Ashley Tisdale, Charlie Sheen, Lindsay Lohan, Simon Rex, Snoop Dogg, Terry Crews, Jerry O’Connell, Kate Walsh, Heather Locklear, Mac Miller, Mike Tyson
Género: Comédia
Duração: 85 minutos