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Oz

Oz: o Mediano e pouco Poderoso

Numa era tão apegada à realidade virtual, aos efeitos elaborados nos computadores e à beleza cada vez mais excessiva das imagens, chega às sala de cinemas portuguesas Oz: O Grande e Poderoso. Mais uma vez, a Disney apresenta uma obra cinematográfica esplendorosa nos efeitos visuais e na imagem que mistura com uma história e personagens conhecidos por todo o mundo. Quem não se lembra da história da Doroty e do Feiticeiro de Oz? Estão colocados os ingredientes e as doses necessárias para fazer um bolo perfeito com a cereja no topo mas a sensação com este Oz grande e poderoso é a ausência de alguma essência.

A história de L. Frank Baum, reconhecida por grande parte dos espetadores e servida como base para elaboração deste Oz: O Grande e Poderoso, conta a história Dorothy na Cidade Esmeralda e o caminho para derrotar a malvada Bruxa do Oeste, mas, desta vez, é dado a conhecer o mágico Oscar Diggs (James Franco) e o seu aparecimento na Terra de Oz para cumprir a profecia do antigo rei da Cidade Esmeralda. A tarefa é simples: destruir a varinha da bruxa Glinda (Michelle Williams) e depois matá-la para haver novamente paz no reino. É Evanora (Rachel Weisz) e Theodora (Mila Kunis) que colocam as condições ao mágico para se tornar no novo rei das Terras de Oz.

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O que se poderia ser uma obra-prima sobre a origem do Feiticeiro de Oz acaba por não passar de um filme com um enredo demasiado simples. Sam Raimi, conhecido como o realizador da trilogia do Homem-Aranha, sabe efetivamente realizar o seu trabalho ao lado do produtor do clássico também lançado há algum tempo pela Disney, Alice no País das Maravilhas, mas no enredo falta alguma ação e o dramatismo necessário. Esta falha só é ultrapassada ao fim de uma hora de filme, recheado de efeitos visuais em 3D para distrair o público da simplicidade do enredo. Nem as pequenas personagens fantásticas que aparecem conseguem salvar e dar encanto aos espetadores.

Rachel Weisz, Mila Kunis e Michelle Williams, as três irmãs e bruxas de Oz, dominam todo o filme pelas boas interpretações. Temos a típica vilã e a personagem bondosa representadas nestas três personagens de uma forma equilibrada e que de alguma forma acabam por eclipsar James Franco, o suposto protagonista do filme. As histórias das três jovens superam-no, sem qualquer dúvida, e dominam toda a ação. O próprio macaco voador e assistente de Oscar, com a voz de Zach Braff, acaba por ter mais interesse do que o próprio Grande Feiticeiro.

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É no começo da luta pelas Terras de Oz que tudo começa a ganhar sentido: a mistura da magia nas terras encantadas e nos livros infantis e do suposto avanço tecnológico do século XX, retratado nas ilusões e invenções das máquinas construídas por Oscar. A qualidade de Oz: O Grande e Poderoso está presente nesta mistura de ilusões e encontro das duas realidades, unicamente nos últimos momentos do filme.

Torna-se incrivelmente inteligente oferecer uma história em 3D, colocado não há muito tempo nos cinemas portugueses, com a ênfase nas realidades de conto de fadas e do avanço tecnológico no ano de 1905. De resto, esta história de Oz não passa de apenas mais um filme nos cinemas, para ser pouco relembrado na história da Sétima Arte. Mesmo Alice no País das Maravilhas de Tim Burton tem mais qualidade e capacidade para ser relembrado pelos mais novos.

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Oz: O Grande e Poderoso não passa de uma tentativa. Ao longo de pouco mais de duas horas, os espetadores tentam alcançar a grandiosidade da história mas só mesmo nos minutos finais é que se consegue saboreá-la na sua plenitude. Agradece-se às três bruxas que dão alguma ação, aos efeitos visuais e à magia, e dispensa-se um James Franco nos próximos filmes de fantasia. Oz é uma tentativa mas não passa disso, ficou-se a meio do caminho para ser um grande clássico da Disney.

6.5/10

Ficha Técnica:

Título Original: Oz the Great and Powerful

Realizador: Sam Raimi

Argumento: David Lindsay-Abaire Mitchell Kapner

Elenco: James Franco, Mila Kunis, Rachel Weisz, Michelle Williams, Zach Braff, Bill Coobs e Joey King

Género: Fantasia

Duração: 130 minutos