Começou no dia 4 de maio e terminou no dia 11, no Parque da Canção de Coimbra. Ao longo de três artigos faremos uma pequena revista dos momentos mais aguardados por todos que encheram o recinto, durante uma semana, na Queima das Fitas de Coimbra.
Foi no dia 5, sábado, que os presentes no recinto se prepararam para receber um dos grandes nomes para o cartaz deste ano, The Hives.
Antes disso, foi a vez do projecto português de André Tentúgal, We Trust. Esta foi certamente a banda que acompanhou os estudantes universitários de Coimbra este ano: recebeu-os na Festa da Latas e Imposição das Insígnias (Latada) – no dia 29 de outubro – e agora prepara-se para a despedida de mais um ano letivo na Queima das Fitas.
A banda entra em palco, por volta da meia-noite e meia, bem mais composta há uns meses atrás. Ainda com o recinto a encher, fez-se ouvir com êxitos como Waiting, Time (Better Not Stop) e uma cover de Swoon dos Chemical Brothers, sempre numa certa correria contra o tempo estipulado pela organização.
We Trust não desiludiu e provou ser uma banda de maior diversidade musical do que todos pensavam ser. Com saxofones e outros instrumentos clássicos de sopro, André Tentúgal deu a provar uma sonoridade bastante diferente da esperada depois do êxito de Time (Better Not Stop).
Sem dar por isso, o momento mais esperado na noite chegara. The Hives eram a próxima banda a atuar.
Com cenário montado e com ninjas vestidos de negro de um lado para o outro a preparar o espaço da banda, tudo fazia prometer que ia ser uma atuação cheia de movimento e energia.
Pontuais, chegam ao palco faltavam dez minutos para as duas da manhã. Primeiros acordes chegam do escuro e o público recebe a banda sueca de braços abertos. De smoking e cartola, a banda apresenta-se: «Hello! We’re The Hives from Sweden!».
You Dress Up For Armageddon, Try Again foram algumas das primeiras músicas que se fizeram ouvir do palco principal, sem esquecer o novo álbum da banda, Les Hives. Go Right Ahead, e Patrolling Days estiveram presentes.
Foi com os primeiros som de guitarra que a multidão entrou em histeria e formou uma nuvem de poeira de tantos pulos e moche. Walk Idiot Walk foi um dos momentos altos da noite.
Mais singles conhecidos do público não faltaram à festa: Main Offender surgiu logo de seguida, entre gritos de «I’m loving this», proferidos pelo vocalista Pelle. My Time is Coming, Wait a Minute, Won’t Be Long e, a preferida de muitos, Hate to Say I Told You So, fizeram também aquecer a noite que prometia ser fria.
Enquanto recuperava o fôlego, o vocalista agradece a presença de todos e apresentava a banda mais uma vez, como se fosse começar o concerto: «We’re The Hives from Sweden!».
De facto a banda não nos providenciou um momento de Déjà Vu com a set list, mas a energia continuava a mesma.
Concerto não é concerto sem o momento em que a banda se despede e regressa para mais uns momentos de entrega ao público exigente! «Everybody say YEAH!!», grita a banda, enquanto voltavam a entrar no palco. E do nada surge Tick Tick Boom. Uma explosão, é certo, pois o parque da Canção poucas vezes viu tamanha agitação e empenho de uma banda para com os seus fãs.
Foi um festival de luzes e energia, tanto por parte do vocalista como pelo resto da banda – saltos, corridas de um lado para o outro, microfones ao ar e sucessivas idas ao público, foi algo constante durante todo o concerto.
Sempre com uma classe inquestionável, de um entusiasmo louvável e de uma fome de palco insaciável, os suecos The Hives provaram, em solo português, ser a banda digna do título que conquistaram no início da sua carreira: são sem dúvida uma das melhores bandas de sempre a tocarem ao vivo.
Texto de Vanessa Sofia
Fotografia de Inês Antunes