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Moonwalker canta e encanta, mas não enche coliseu

Coliseu dos Recreios esteve meio cheio na estreia de Moonwalker em Lisboa.

O espetáculo abre com uma série de imagens do rei da pop e música ambiente. Jam inicia a sequência de músicas que durante cerca de duas horas se segue, para um público que, progressivamente, foi aderindo ao espetáculo e levado ao rubro em alguns hits de Michael Jackson relembrados.

Frederick Henry, o escolhido pela família do cantor para interpretar Michael Jackson, intercala as suas aparições entre o palco e o público.  Os duetos ou solos dos coristas fazem a ponte entre os vários temas. Os bailarinos, três raparigas e três rapazes, atuam quer na representação das músicas, quer nas ligações protagonizadas pelas vozes estonteantes dos vários elementos do coro.

Smooth Criminal e Thriller foram dois pontos altos do espetáculo. Frederick Henry brilhou, mas não se pode descredibilizar também o grupo de dançarinos que em conjunto com o protagonista imitam na perfeição os passos de Michael Jackson. Se não houvesse certezas que Michael está morto desde 2009, diria que estava num espetáculo do cantor.

We are the world também tocou o público que, de pé, cantou a música com os atores, cantores e bailarinos em palco. Frederick Henry levou inclusive algumas crianças consigo para junto dos intérpretes. No final da música, o protagonista junta-se aos coristas e homenageiam Michael, desejando-lhe “descanso em paz” e afirmando que aquela canção era a mensagem de Michael Jackson para o mundo: juntos por um mundo sem descriminações e preconceitos.

Michael” aparece em palco, consigo transporta uma mala que pousa abruptamente em cima de um bloco tapado com uma mesa branca. Abre-a. Tira a luva branca, um dos símbolos míticos de Michael Jackson. O público aplaude. Uns passos de dança. A mala contém mais: o chapéu, outra das marcas do estilo inconfundível do cantor e dançarino. Billie Jean é a música que se segue. Um dos momentos e coreografias mais espetaculares do espetáculo. A Frederick junta-se Sebastian, um dos bailarinos que se apresenta com igual vestuário e acessórios. Em solo ou em dueto, os dois “Michael” fazem vários dos passos de dança imortalizados pelo rei da pop, entre os quais o moonwalk, que dá nome a este tributo.

 

Apesar das brilhantes vozes e coreografias, faltou história, faltou contexto e faltou uma ligação lógica entre as diferentes canções. Se bem que a maioria das pessoas que assista a este espetáculo já saiba o mínimo da história, era importante haver esse contexto, uma parte mais teatral ou mesmo que em voz off que explicasse o percurso ou pelo menos alguns dos momentos mais marcantes de Michael Jackson.

Wanna be Startin’ Something é o princípio do fim. Frederick, bailarinos e coristas juntam-se em palco para uma última interpretação. O público levanta-se, dança e é convidado a juntar-se aos atores e cantores, em palco. Meio a medo, alguns corajosos lá aderem. Assim termina este espetáculo de tributo a Michael Jackson, ao som de Black or White. Repete amanhã no Coliseu de Lisboa e segunda-feira no Coliseu do Porto.