Depois de lançar Pink Friday e de participar em duas músicas no último disco de Madonna, Nicki Minaj volta ao mercado musical com Pink Friday: Roman Reloaded. O Espalha-Factos ouviu o disco a analisou o novo trabalho da rapper.
A pop é constituída por artistas capazes de construírem conceitos por detrás de um disco. Madonna é a inspiração e exemplo para todos os cantores e cantoras surgidos nos anos 90 e depois dessa época. Tal como Michael Jackson, surgiu nos anos 80 e teve a capacidade de se reinventar e permanecer no topo das tabelas de vendas a cada novo lançamento.
Britney Spears seguiu-lhe os passos no final dos anos 90. Em primeiro como menina do colégio, seguida de mulher sensual até se perder nos mais recentes discos, muito graças à grande queda que sofreu a meio do auge da carreira. Os diferentes álbuns pop de um artista estão divididos por conceitos. Tornam-se consistentes graças à imagem, às aparências públicas, às performances e até mesmo às capas do discos para obterem credibilidade e para o público escutar a música.
No meio de Katy Perry, Rihanna, Ke$ha e Lady Gaga, aparece Nicki Minaj. Confusa em conceito, no meio das músicas pop, hip hop e rap inunda o mercado musical com uma força poderosa, na condição de rapper mas a tentar aproximar-se das melodias da pop. Pink Friday: Roman Reloaded vem provar esta confusão, é a procura por identificação musical de uma cantora que ainda não percebeu o lugar onde pertence.
São notáveis três divisões no disco. Constituído por 19 músicas na versão normal e 22 na edição especial, sente-se o conforto da cantora nas primeiras dez canções. Começando com Roman Holiday, brilhante na teatralidade dos vocais e no ritmo alucinante de forma a chegar ao seu alter-ego, de nome Roman. Come On a Cone combina batidas lentas e o dramatismo de Nicki na área no rap, com um toque de hip hop. Tudo corre bem nas músicas seguintes, com os parceiros Lil Wayne, 2 Chainz e também Cam’ron e Rick Ross a levar a cantora para o caminho certo. Nicki Minaj nasceu para trazer a força e agressividade das mulheres, tal como Missy Elliott o fez há alguns tempos atrás. Minaj não está desenhada para ser mais uma das queridinhas que faz música para a rádio e para os primeiros lugares das tabelas de vendas.
A dúvida começa com Right by My Side, ao lado de Chris Brown. Uma leve batida a trazer vocais refinados de Minaj e a voz melódica de Brown, um beijo às músicas r&b de Keri Hilson ou Jordin Sparks.
A segunda parte começa com a Starships, primeiro single promocional de Roman Reloaded. Elaborada para as pistas de dança, a produção de RedOne é notável nas camadas de instrumental por cima da voz de Minaj. As modificações vocais também são fortemente notadas ao longo dos três minutos e meio de canção. Segue-se Pound the Alarm, a 11.ª música do disco. Um abuso na produção, uma voz fraca para o tipo de canção elaborada. Whip It, Automatic e Beautiful Sinner atingem o objetivo pela fórmula de repetição: versos e melodia colocadas num ciclo vicioso. As cinco músicas mencionadas anteriormente contêm a voz como um simples adereço no meio de tanto efeito.
Marilyn Monroe consegue surpreender pela sinceridade e dá entrada à terceira parte do trabalho musical. Sendo uma das poucas melodias do disco, consegue destacar-se no meio de tanta banalidade. Pela primeira vez consigo reconhecer a verdadeira imagem de Minaj, por detrás de todas as roupas ou perucas sem lógica. Depois desta música não existe nada a destacar. Unicamente Stupid Hoe. Redutiva e estupidamente repetitiva.
Com Pink Friday: Roman Reloaded o que vemos é uma artista à procura do seu verdadeiro lugar. Trata-se de uma montanha russa: bem elevado ao início, seguida de uma grande queda para um lugar mediano. A queda final é no desaste chamado Stupid Hoe. É necessário um exorcismo para expulsar o demónio da pop nas ambições de Nicki.
Classificação final: 4,5/10
Vê o último teledisco lançado pela cantora, da música Stupid Hoe. Estreou a 20 de janeiro e foi realizado por Hype Williams: