Esta semana avaliamos a minissérie Tempo Final, da RTP1. De 0 a 20, iremos avaliar este projecto em que cada história é marcada pelas imprevisíveis reviravoltas e ritmo imposto que dificilmente o deixará respirar nesta quase uma hora de crime e suspense.
Tempo Final é uma das mais recentes séries da televisão portuguesa. Esta é uma minissérie de 6 episódios, emitida na RTP1, adaptada do formato original argentino de grande sucesso Tiempo Final. Seis episódios fechados, assinados por três realizadores (Leonel Vieira, Pedro Varela e Yuri Alves) e que apenas têm em comum o facto de cada história ser contada em tempo real.
Até agora foram para o ar 4 histórias. Duas de Pedro Varela e uma de cada um dos outros dois realizadores. Fernando Luís, Rita Lello, Luís Castro, Cucha Carvalheiro, Marta Melro, Ivo Canelas, Lúcia Moniz, João Tempera, São José Correia, Adriano Carvalho, Joaquim Horta, Carla Maciel, Vera Alves e Sérgio Grilo são os actores que protagonizaram as referidas tramas.
O episódio de estreia mostrou-nos logo que esta série seria diferente. Foi o episódio mais misterioso e, em Venenosos, o espectador ficava preso ao ecrã, esperando pelo desenrolar da acção. Um casal e a amante do marido. Uma fuga do primeira com a amante para fora. O assassinato da mulher antes dessa fuga, através de chocolates envenenados. A história desenvolve-se de tal forma, que a mulher acaba por matar os dois amantes em fuga. Realização bastante boa, interpretações também fantásticas.
Vida Dupla foi o episódio que se seguiu e tinha, à partida, a história mais surpreendente. A mulher descobre que o marido tinha um caso de oito anos com outro homem. E, agora, o amante entra em casa do casal com um machado. No final, valeram sobretudo as interpretações de Ivo Canelas, Lúcia Moniz e João Tempera, as mais consistentes até agora. Porque a história prometia mas não desenvolveu muito mais, tendo o episódio terminado sem grande lógica.
Mano a Mano foi o terceiro episódio, e foi o mais ‘negro’. Um dentista e uma paciente, sua amante, que entravam em estranhos jogos eróticos ao final do dia. A descoberta do caso pela mulher do médico e, de seguida, pelo marido da paciente. A tortura humana foi uma constante neste episódio. Intenso, muito intenso, e com um final deixado em aberto. O melhor em termos gerais.
Hora Marcada foi a última história a ir para o ar, tendo sido também a mais objectiva e, talvez, a mais cativante. Uma mulher que sofre de maus tratos e que vê na sua agente imobiliária a sua salvação. Contudo, toda a narrativa contagiou o espectador, mas por querer deixar tudo demasiado “resolvido”, o final não foi o melhor, e foi num caminho oposto a todos os outros episódios. E foi realmente o pior deste telefilme, que teve a história mais simples de todas, porém muito boa.
Como balanço final, podemos dizer que Tempo Final é uma das melhores séries produzidas em Portugal nos últimos anos. Estreada há cerca de um mês na RTP1, esta é uma das típicas produções portuguesas de grande qualidade e que passam perfeitamente despercebidas o grande público. O facto de ser emitida na RTP1 é logo motivo para tal.
Infelizmente, cada vez mais as pessoas não apreciam as séries de qualidade que a estação pública nos oferece. A (falta de) promoção, o horário e o facto de este tipo de séries ser tão pouco comum no nosso país são mais alguns factores que contribuem para que Tempo Final não tenha grande audiência e seja apenas mais uma série exibida na nossa televisão. E é pena que tal aconteça.
Nota final: 18/20