No início do mês de Setembro, a animação voltou a invadir as salas de cinema com a sequela de Capuchinho Vermelho – A verdadeira história, um filme que em 2005 alterou para sempre a fábula. Agora, Capuchinho Vermelho – A nova aventura promete uma nova e alucinante viagem ao mundo dos contos de fadas.
A agência Happily Ever After não tem mãos a medir na luta contra todos os vilões que ameaçam os finais felizes dos contos de fadas, principalmente agora que a agente Capuchinho Vermelho (voz de Inês Castelo-Branco) se encontra num local longínquo a treinar com um grupo secreto. Todavia, a sua ajuda é requerida com urgência quando uma missão falha, e a avó de Capuchinho é raptada (voz de Simone de Oliveira). Agora, o Lobo (voz de João Lagarto) e a menina terão que superar as mazelas na sua relação e aprender a confiar um no outro, pois para além da vida da avó, estão também duas crianças indefesas nas garras de uma bruxa maquiavélica.
Na última década, os filmes de animação têm procurado alargar o seu público-alvo, tornando-se uma escolha agradável para todas as faixas etárias que desejem usufruir de um pouco de emoção e fantasia. Por isso mesmo, temos hoje uma panóplia de filmes de animação que conseguiram romper com esse estigma e agradar a miúdos e graúdos – é o caso de Toy Story 3, Gru – O maldisposto ou até Rango.
Todavia, e ao contrário do seu antecessor, há algo que falha nesta sequela. Apesar de todo o entusiasmo que circunda o filme, a sua promessa é quebrada ao perder-se totalmente no guião, criando uma história simplesmente caótica. A narrativa não evolui naturalmente: pelo contrário, torna-se forçada, medíocre, inconsistente, no sentido em que tenta agradar a todos e acaba a não agradar ninguém.
Por último, Capuchinho Vermelho – A nova aventura repete um erro que infelizmente temos vindo cada vez mais a assistir nas salas de cinema após a banalização do 3D – a aplicação desmesurada de uma tecnologia que simplesmente se perde em cenas demasiado longas e aborrecidas de saltos e acrobacias que não trazem nada de novo nem acrescentam nada de interessante.
Realizar uma sequela a um filme é sempre um desafio intenso, pois para além da obrigação de manter a qualidade da história, existe uma acrescida necessidade de inovar, superar o que foi feito, retomar a magia do primeiro filme. Capuchinho Vermelho – A nova aventura simplesmente não consegue estar à altura do desafio e, infelizmente, acaba por se unir à longa lista das sequelas que nunca deveriam ter sido feitas.
4.5/10
Ficha Técnica
Título original: Hoodwinked Too! Hood VS. Evil
Realizado por: Mike Disa
Escrito por: Cory Edwards, Todd Edwards, Tony Leech
Elenco: (vozes) António Machado, Inês Castel-Branco, Luís Esparteiro, Simone de Oliveira, Victor de Sousa
Género: Animação
Duração: 86 minutos