O Festival do Crato vai já na sua 27ªedição. Sabe aqui como foi a edição deste ano de um festival do nosso tempo, para todas as gerações.
Uma festa que começou por ser uma tradicional mostra artesanal e gastronómica, tem vindo a ganhar forma de festival de verão ao adicionar concertos ao seu programa de festas.Quarta-feira, o primeiro do festival e o recinto de campismo já apresentava um clima festivaleiro com algumas tendas, as quais se foram multiplicando dia após dia.
A Filarmónica do Crato abriu o primeiro dia do festival, num recinto com muita gente ainda por chegar. Marco Rodrigues deliciou os presentes com uns “fados à moda lisboeta”. O fadista interpretou varias canções do seu último álbum, Tantas Lisboas, editado em 2010. Um dos pontos altos foi Tudo isto é fado, em dueto com Alexandra Martins, uma fadista local.
Expensive Soul, os cabeças de cartaz, mantiveram o púbico em altas durante todo o seu espectáculo. Os vocalistas, New Max e Demo, puxaram pelo público em cada canção, temas de B.I, Alma Cara e Utopia, os seus três álbuns já editados. O concerto acabou depois de o público pedir bis à banda. Eu não sei, curiosamente o seu primeiro single de sucesso, fez a despedida de Expensive Soul e dos concertos da primeira noite.
A festa continuou num after hours proporcionado por DJ Moreno.
A noite de intervenção
O projecto Jominho iniciou a segunda noite do Crato. Uma sincera homenagem a José Afonso, mais conhecido por Zeca Afonso, músico e compositor dos tempos da Velha Senhora.
Os Homens da Luta, os vencedores do Festival da Canção 2011, fizeram o público vibrar cin a sua música e críticas sociais. Num incentivo à intervenção nos problemas que inquietam a população, Gel e Falâncio gritaram, em conjunto com os presentes, vários slogans de luta. António Variações e Zeca Afonso foram homenageados com versões de O corpo é que paga e a interpretação de Grândola Vila Morena.
Deolinda interpretaram várias canções de ambos os álbuns. A surpresa foi uma versão bastante animada de Fungagá da Bicharada. Um tema que, admitiu Ana Bacalhau, lhes relembra bastante a sua infância. A fechar o espectáculo, a banda deixa mais uma mensagem reaccionária. Que parva que eu sou e Movimento Perpétuo Associativo encerraram o concerto dos cabeça de cartaz.
Houve ainda tempo para Bailarico Sofisticado, que animou o público resistente noite dentro.
Várias Sonoridades
O projecto regional que abriu a terceira noite do festival inspira-se num instrumento idealizado por Carlos Paredes – o guitolão. Em colaboração com a caixa espanhola, contrabaixo e um saxofone, Guitolão World Project deram um espectáculo e tanto, assistido por muitos.
A anteceder o cabeça de cartaz, Clã apresentaram vários temas do seu novo álbum, Disco Voador. Canções que, com linguagem simples e dirigida aos mais novos, retratam temáticas de todas as idades. Houve também tempo para vários dos temas que imortalizam a carreira de 19 anos da banda.
Apesar dos cerca de 45 minutos de atraso, Gabriel o Pensador encheu o recinto do festival e levou o público ao rubro durante cerca de 2 horas. O concerto, que marcou o inicio da sua nova tournée em Portugal, ficou arcado por vários momentos de improviso protagonizados pelo cantor.
A fechar a noite, DJ Glue e Virgul puseram o público a dança até de madrugada.
A última noite
David Almeida Grupe, mais um projecto da região, foram os primeiros a pisar o palco na quarta e última noite deste festival.
Curto mas consistente, assim foi o concerto de The Legendary Tigerman. O músico português animou a plateia, que vibrou ao som das suas canções e colaborações.
Os cabeça de cartaz, The Gotan Project, fizeram o público dançar ao som dos seus temas, uma mistura de tango e música electrónica que deixou a sua marca no Crato.
A animação prolongou-se até de manhã, num after hours protagonizado por Marcelinho da Lua.
Nota: fotos de Nuno Noronha