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Amor Electro: o novo rumo da pop portuguesa

Misturam os sons eletrónicos com os instrumentos portugueses mais tradicionais. Voltam ao passado e trazem, com uma nova roupagem, canções de tempos antigos, fazendo-as florescer de novo e contactar com a nova geração. Com uma identidade muito própria, que tem como base a música pop, trazem-nos também originais onde se refletem as suas influências, tais como Muse e Ornatos Violeta. Não são um projeto, são uma banda. Uma banda de pop portuguesa, como se assumem. São  Amor Electro.

Constituição da Banda

Amor Electro é uma das mais recentes bandas portuguesas com sucesso. Constituída por quatro elementos, todos eles ligados anteriormente a projetos musicais reconhecidos a nível nacional, a banda pretende fazer carreira e continuar “para sempre”. Anteriormente em Amália Hoje, Cindy Kat ou Ghost In The Machine, Tiago Pais Dias assume agora a produção do disco e é ainda o multi-instrumentalista da banda. Já Ricardo Vasconcelos, músico que nasce no jazz, parte para outros estilos e assume o piano nos Amor Electro. O terceiro elemento é Rui Rechena, que assume o baixo. A vocalista da banda, vista por muitos como uma das mais prestigiadas intérpretes da nova geração, já cantou com Simone de Oliveira, Paulo de Carvalho, Rui Veloso e muitos outros, tendo sido a vocalista dos Donna Maria. Ela é Marisa Liz, a voz de Cai o Carmo e a Trindade.

Disco de Estreia

Cai o Carmo e a Trindade é o disco de estreia dos Amor Electro, com 47 minutos de música portuguesa, em português. O nome, dizem eles, é o reflexo de canções portuguesas intemporais – uma expressão portuguesa intemporal. Lançado a 25 de Abril de 2011 pela Art House / Valentim de Carvalho, o disco traz até aos portugueses dez canções, entre elas originais e novas versões de canções antigas.

Estreou diretamente em quarto lugar no Top Nacional de Álbuns mas rapidamente subiu para terceiro lugar. Na terceira semana passa a liderar o top e, na quarta semana, confirmam a liderança no top geral de vendas que engloba também as compilações. Na FNAC, ocupou o primeiro lugar no top de vendas e o segundo lugar nas vendas digitais nacionais, surpreendendo todos os elementos da banda.“Não achávamos que íamos chegar ao primeiro lugar e o que realmente pensámos foi em fazer música e em tocar”, revelou Marisa Liz. Atualmente, o álbum de estreia dos Amor Electro ocupa o sétimo lugar no Top Nacional de Vendas.

No álbum junta-se a guitarra portuguesa, o acordeão, as percussões tradicionais aos ritmos da pop mais eletrizante. Isto reflete-se em músicas compostas pela própria banda, como A Máquina (acordou) – o primeiro single dos Amor Electro – que foi composto por Tiago Pais Dias e Marisa Liz. Mas não ficaram por aqui, convidando compositores como Yami em Onde Tu Me Quiseres e Jorge Cruz em Amanhecer e Rosa Sangue, bem como nos trazem renovadas versões de memórias de gerações anteriores, fazendo-as chegar até aos tempos de hoje.

“Uma coisa que gostamos muito de fazer é pegar num tema, desconstruí-lo e reconstruí-lo à nossa maneira, com a Marisa a cantar à maneira dela e darmos o nosso cunho pessoal”, disse Tiago Pais Dias, em Maio, à IOL Música. Os Amor Electro pegam, em Cai o Carmo e a Trindade, na história da pop e do rock português trazendo de volta sucessos como Sete Mares (Sétima Legião), Bem-vindo ao passado (GNR), Capitão Romance (Ornatos Violeta) e Foram Cardos, Foram Prosas (Miguel Esteves Cardoso e Ricardo Camacho).

Mas não só de pop e rock se compõe a história da música portuguesa, pelo que foram ao fado buscar Estrela da Tarde (José Carlos Ary dos Santos e Fernando Tordo) e até Barco Negro (Caco Velho) – famoso fado na voz de Amália Rodrigues – numa adaptação com letra de David Mourão Ferreira.

httpv://www.youtube.com/watch?v=tnBccuIDTTw


A Máquina (acordou)

A Máquina (acordou) e fez despertar os Amor Electro para o sucesso. O primeiro single de Cai o Carmo e a Trindade facilmente se entranhou nos ouvidos dos portugueses. O videoclip chegou rapidamente e, até este momento, conta com mais de 600 mil visualizações no Youtube. A primeira apresentação da banda foi ainda no ano passado, quando interpretaram este tema na Gala de Natal da SIC, passando rapidamente a música a ser tocada nas rádios portuguesas. Mas não ficaram por aí, seguindo para o talk show noturno 5 para a meia-noite e para o TOP +, onde atuaram o seu single de estreia. Na rádio foi na Comercial, parceira da banda, que mais se destacaram alcançando o primeiro lugar no TNTTodos no Top, o qual ainda ocupam.

Atualmente em tour por Portugal, os Amor Electro disseram que continuam constantemente a compor e que um novo álbum, quando chegar, certamente trará consigo mais originais. Em entrevista à SAPO Música, a vocalista disse que “não conseguimos ficar parados, isso é impossível. Nós respiramos música, vivemos isto, portanto é normal que tenhamos vontade de continuar a construir”, sublinhando Tiago Pais Dias que “a composição é livre e durante 365 dias. É uma coisa inevitável, não dá para controlar”. Mas os elementos da banda assumem-se como músicos de palco e não como músicos de estúdio, por isso, o melhor que tem a fazer é ir vê-los brevemente.

Aqui ficam algumas datas: 11 de Agosto em Portimão; 19 de Agosto em Esposende; 21 de Agosto em Alcobaça; 23 de Agosto em Cascais; não esquecendo datas como 17 de Outubro no Centro Cultural de Belém, 19 de Outubro no Hard Club Porto e 15 de Dezembro no Dolce Vita Tejo. “Nos concertos há uma soma instrumentos, de bombos, de caixas, de vozes – todos nós cantamos ao vivo. Em palco o som torna-se sempre um pouco mais pesado”, conta Marisa Liz na mesma entrevista.

E que o amor não acabe, nem a eletricidade que o alimenta. Que as máquinas acordem e tragam até nós mais música, música do novo rumo da pop portuguesa.“É de pedir aos céus. / Porque este amor é teu, / E eu já só vou amar, / Que bom não acabou, / A máquina acordou”. Mais informações sobre a banda podem ser encontradas no Facebook Oficial e no Myspace Oficial.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.