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Captura de ecrã - 2011-06-26, 22

Música flutua pelo Douro

A EDP apresenta Energia Douro, um concerto inédito que conta com a participação de Rui Veloso, Rodrigo Leão & Cinema Ensemble e The Gift, que actuarão sobre um palco flutuante, nas águas do Rio Douro.

É desta forma que a eléctrica nacional irá comemorar o seu 35º aniversário. A esta iniciativa juntou-se a SIC, assegurando esta a transmissão em directo do concerto, que se desenrola no dia 1 de Julho, pelas 21h30. Estarão envolvidos cerca de 70 profissionais de Carnaxide e quinze câmaras, de forma a assegurar a cobertura do evento das duas margens do rio Douro. O concerto será transmitido integralmente no site da EDP.

A realização deste evento insere-se na política da empresa, que tem realizado diferentes eventos, especialmente nas áreas em que tem projectos hidroeléctricos. Em 2009, a EDP promoveu um concerto de Paulo Gonzo numa sala situada a 340 metros de profundidade, intitulado Espelho de Água e transmitido parcialmente pela TVI. Em 2010, organizou um concerto de Mariza e Paulo Gonzo, na Barragem do Alqueva.

  1. É vergonhoso vermos uma empresa como a EDP que já pertenceu a todos os Portugueses, promover eventos como este “Energia Douro”, em que segrega o Povo (seus clientes) e os ricos e poderosos no palco.
    Para quem não teve oportunidade de ver o concerto, passo a relatar. O povo estava nas margens do rio a uma distância de 200 metros do palco, situado no meio do rio Douro, quando a elite política estava no palco.
    Como é possível utilizar o rio douro, livremente para fins de lobby e comerciais.

    E é falsa a questão de promover o rio Douro, são as barragens e a EDP quem destrói os rios, retiram a fauna face aos interesses económicos, desviam rios, etc.
    EDP acorde, os portugueses não burros, qualquer dia o teus clientes (Portugueses) também te vão julgar.

    1. O Concerto comemorativo dos 35 anos da EDP, amplamente divulgado nos meios de comunicação social, tratou-se de um verdadeiro regresso da corte de Luís XIV.

      Chama-se o povo para fazer monte nas margens do Douro e, servir de moldura barroca ao soberbo concerto (de acordo com o divulgado) que apenas alguns (poucos) tiveram oportunidade de VER e OUVIR.
      O palco lá se encontrava em pleno rio implantado, uma estrutura pesada e bastante cerrada, os VIPS foram de barco para lá transportados, aí festejaram, de modo intimista, os 35 anos da EDP.
      Até aqui tudo certo, não haveria qualquer problema se, para além dos vips, não tivessem igualmente convidado os restantes cidadãos a participar na anunciada festividade!

      O Concerto inicia-se e, para espanto de muitos, não se ouve qualquer coisa digna de ser considerada música ao vivo, nem tão pouco se vislumbra qualquer indício de que esteja no palco qualquer cantor vivo.

      A hierarquização social está cada vez mais implantada na nossa sociedade, ao povo fica reservado o direito de “fazer monte” e ver ao longe os Senhores, no seu castelo, por um fosso de água protegido, celebrando com todo o cerimonial 35 anos de dedicação extrema aos seus queridíssimos clientes.

      Palhaçada monumental, o zé povo encontra-se verdadeiramente adormecido, resignado e eternamente agradecido a estes senhores que dão luz às suas vidas sombrias!

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