Directamente da banda desenhada, chegou às salas de cinema o muito aguardado Thor. Kenneth Branagh aceitou o desafio da Marvel e o resultado é um divertido blockbuster com um elenco de luxo. Por território nacional, o filme lidera a tabela nacional de box-office no seu fim-de-semana de estreia (com 67.256 espectadores).
Os fãs da Marvel irão decerto aprová-lo, os restantes vão encará-lo como um blockbuster que cumpre bem a sua função de entretenimento. São cerca de duas horas que se passam bem, com uma história que não é fantástica (apesar de toda a fantasia), não faz pensar, mas diverte.
No reino de Asgard, Thor (Chris Hemsworth), filho do rei Odin (Anthony Hopkins), é um guerreiro poderoso e arrogante, cuja imagem de marca é o seu martelo. Contudo, a sua imprudência vem reacender uma guerra ancestral. Tal acontecimento faz com que o guerreiro seja banido de Asgard pelo próprio pai e condenado a viver entre os humanos. Sem os poderes e mordomias de que usufruía no seu reino, Thor vê-se obrigado a adaptar-se à vida na Terra, e é aí que conhece Jane (Natalie Portman), que o irá ajudar. No entanto, eis que, de Asgard, chegam forças do mal para invadir o nosso planeta, e é agora que Thor terá de mostrar ser realmente um herói.
Com um argumento em que fantasia é a palavra de ordem, a história de Thor, claro, não surpreende. Os diálogos são bastante previsíveis, todavia, a introdução de novos elementos (diferentes dos da banda desenhada) dá alguns bons momentos ao filme, bem como o humor que foi aqui inserido de forma inteligente. As personagens são também pouco complexas, de entre as quais talvez o vilão Loki mereça especial destaque.
Apesar de tudo, um elenco como o de Thor merece ser visto. É sempre um regalo poder ter o veterano Anthony Hopkins ou a sempre surpreendente Natalie Portman no grande ecrã, bem como nomes como Idris Elba, Tadanobu Asano ou Colm Feore. Tom Hiddleston, por sua vez, faz um excelente trabalho no papel do vilão, e mesmo o quase desconhecido Chris Hemsworth surpreende, com uma prestação satisfatória na pele do protagonista.
O 3D funciona muito bem, em conjunto com os efeitos especiais, muito bons por sinal, que abundam do início ao fim de Thor. Os cenários são igualmente fabulosos e a direcção de fotografia, a cargo de Haris Zambarloukos, é brilhante. A banda sonora, de Patrick Doyle, é também interessante.
A menos que se seja um grande fã da Marvel, é importante ir ver este filme com poucas expectativas, já que se assim for, Thor provavelmente não irá desiludir. Não traz nada de novo, é certo, mas vale pelos actores e excelentes efeitos visuais e fotografia. Os bons resultados que o filme está a alcançar vêm provar que Kenneth Branagh faz um bom trabalho, mesmo quando se afasta dos temas mais clássicos a que costuma estar ligado. E vêm provar também que, apesar de tudo, este blockbuster não está nada mal.
7/10
Ficha Técnica:
Título original: Thor
Realizado por: Kenneth Branagh
Escrito por: Ashley Miller (argumento), Zack Stentz (argumento), Don Payne (argumento), J. Michael Straczynski (história), Mark Protosevich (história), Stan Lee (banda desenhada), Larry Lieber (banda desenhada), Jack Kirby (banda desenhada).
Elenco: Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Idris Elba, Stellan Skarsgård, Tadanobu Asano, Colm Feore.
Género: Acção, Aventura, Fantasia
Duração: 114 minutos
Crítica escrita por: Inês Moreira Santos