Passado mais de um século após a primeira publicação de O Retrato de Dorian Gray em Junho de 1890, na Lippincott’s Monthly Magazine, chega-nos a primeira versão não censurada da obra: O Retrato de Dorian Gray: Uma Edição Completa e Sem Censura.
A mais recente publicação, da responsabilidade da Harvard University Press, conta com passagens que haviam sido censuradas na obra original, assim como comentários e ilustrações do editor Nicholas Frankel, que nos levam a compreender os motivos da acção da censura britânica do século XIX.
O último romance do irlandês Oscar Wilde, que viveu entre 1854 e 1900, é considerada uma obra-prima da literatura inglesa e debruça-se sobre o desejo de eterna juventude encarnado na figura do protagonista, Dorian Gray. Este, após ser pintado pelo artista Basil Hallward, deseja poder manter-se sempre jovem tal como no quadro, estando até disposto a dar a sua alma para que tal fosse possível. O desejo torna-se realidade e o protagonista vê-se preso na sua própria juventude e beleza. Wilde representa em Dorian Gray toda uma juventude intelectual decadente da época e critica a própria cultura vitoriana.
Wilde aborda ainda, de uma forma subtil, a questão da homossexualidade (nomeadamente na personagem de Basil Hallward e dos seus sentimentos por Dorian), da decadência da sociedade vitoriana, da promiscuidade e da falsa moral, temas controversos à época e que conduzem à acção da censura vitoriana sobre a obra.
O clássico foi por várias vezes adaptado ao cinema. A última adaptação deu-se em 2009 com o filme Dorian Gray, de Oliver Parker, que conta no elenco, entre outros, com Ben Barnes e Colin Firth.
httpv://www.youtube.com/watch?v=Mru54k4cgg4