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Captura de ecrã - 2011-03-11, 14

Quando o fado e o tango se unem

Cristina Branco é portuguesa, mas foi lá fora que viu reconhecido o seu talento. Até à juventude foi alheia ao fado, apreciando mais os ritmos do jazz, dos blues e da bossa nova. No entanto, foi com ele que iniciou a carreira, tendo vindo a distanciar-se cada vez mais da sua sonoridade própria, misturando-o com outros géneros. Lançou agora Não há só Tangos em Paris, numa união do fado com o tango, que esta semana conquistou o segundo lugar no top nacional de vendas e será apresentado no S. Luiz no final do mês.

Tem 38 anos e é natural de Almeirim, no Ribatejo. Foi apenas aos 18 anos que tomou o primeiro contacto com o fado, através do trabalho de Amália Rodrigues, concentrando os seus estudos na técnica vocal. O seu primeiro álbum foi Cristina Branco in Holland, tendo dado o seu primeiro concerto na Holanda, frente a uma plateia esgotada. Gravou outros álbuns ao longo destes anos, entre os quais se destacam Murmúrios (primeiro disco de estúdio), Corpo Iluminado (2001), Sensus (2003, onde interpreta textos de Shakespeare) e Kronos (2009, no qual já se afasta das raízes do fado).

Veio a ser reconhecida no nosso país depois de o ser em França e na Holanda. Os espectáculos multiplicaram-se, de Lisboa a Nova Iorque, rotulando a portuguesa de artista de world music, mais do que propriamente fadista, dadas as suas diversas influências de outros estilos. O novo álbum, lançado a 28 de Fevereiro, vem confirmar esta veia peculiar e versátil da cantora, que agora procura unir as sonoridades da América do Sul com a tradicional guitarra portuguesa.

Não há só Tangos em Paris contempla uma nova visão de Cristina Branco na sua relação com o fado, estabelecendo um triângulo de influências entre Lisboa, Paris e Buenos Aires. O álbum conta com autores e compositores como António Lobo Antunes, Mário Laginha, Vasco Graça Moura, Manuela de Freitas e João Paulo Esteves da Silva, entre outros. O primeiro single e canção que dá título ao álbum foi escrito por Pedro da Silva Martins (letrista, compositor e guitarrista dos Deolinda) e está já a fazer sucesso pelas rádios portuguesas.

Ultrapassando O Mesmo de Sempre, de Tony Carreira, este Não há só Tangos em Paris entrou directamente para a tabela de vendas na segunda posição, só atrás da cantora Aurea. E Cristina Branco tem já agendados alguns concertos pelo nosso país, de modo a dar a conhecer o novo álbum: actua hoje na FNAC do Chiado, às 18h30; no dia 26 no Cine-Teatro de Estarreja; e dia 1 de Abril no Convento de São Francisco, em Santarém.

A artista preparou ainda um concerto especial para o Teatro S. Luiz, a ocorrer no próximo dia 31 de Março. O espectáculo de apresentação do disco contará com João Paulo Esteves da Silva (piano), Ricardo Dias (piano e acordeão), Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Carlos Manuel Proença (viola) e Bernardo Moreira (contrabaixo) em palco, a acompanhar a cantora. Mário Laginha será o convidado especial da noite.

Este décimo segundo álbum de originais de Cristina Branco foi gravado em Setembro de 2010, inclui dezasseis temas e é produzido por Pedro Moreira, conceituado músico de jazz. Para além de uma canção de Jacques Brel, o novo disco contém ainda um instrumental do guitarrista Bernardo Couto e uma canção escrita por Carlos Tê, intitulada Canção de Amor e Piedade.

Cristina Branco teceu algumas palavras acerca deste álbum, reveladoras das suas influências artísticas:Não há só Tangos em Paris pode ser um disco de memórias ou de viagens ou flashes. Tenho um velho gira-discos, long plays do Gardel, tenho Buenos Aires e tenho Paris e Lisboa no coração, tenho Amália numa velha fotografia de 1945 no Rio de Janeiro, tenho o Fado e o Tango (…) Mais uma vez várias línguas atravessam a música, de vários autores maiores, tão grandes! Por todos tenho enorme respeito, admiração e gratidão inomináveis“.

Uma artista com o fado no coração, mas sobretudo com a música de hoje e de outros tempos, de Portugal e de todo o mundo, na sua alma portuguesa. Cristina Branco resume tudo numa só frase: “O Fado é como o Tango, ritmos de gente doida e pobre, mas de alma grande!“.

Vê aqui o videoclip do novo single da cantora:

httpv://www.youtube.com/watch?v=gPZYcLcshGk

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