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Captura de ecrã - 2011-03-04, 20

Histórias do Festival II

Mas eis que o interregno de Festival da Canção chega ao fim e a RTP lança-se novamente na aventura de o colocar no ar. São as Nonstop quem reinaugura o painel de cantores que se seguiriam nesses anos, ao terem sido as eleitas para representar Portugal na Eurovisão. O tema, Coisas de Nada, ao estilo do ano 2005, era bilingue, num género que tentaria colocar-se ao nível do que era feito na Europa, mas que ainda assim não conseguiu vingar na Eurovisão, ficando-se apenas, uma vez mais, pela meia-final.

Em 2007, não variando muito do que se sucedera nos anos anteriores, Sabrina tentou levar à Eurovisão uma música da autoria do cantor popular Emanuel, não passando, uma vez mais, da meia-final. Dança comigo (Vem Ser Feliz) foi o tema desse ano. Em 2008, foi a vez de Vânia Fernandes dar alguma cor ao Festival da Canção, levando à Eurovisão o seu tema Senhora do Mar. A vencedora da OT conseguiu, desde a implementação do sistema de Meia-Final e Final, colocar-nos na última fase de escolha, posicionando-se em 13º lugar.

Após o sucesso de Vânia Fernandes, e na contínua tentativa de restituir algum portuguesismo ao Festival da Canção, os Flor-de-Lis trouxeram a palco Todas as Ruas do Amor que, mantiveram Portugal na Final, desta vez em 15º lugar naEurovisão. Já o ano de 2010 foi marcado pela polémica de Filipa Azevedo que, com o seu tema Há dias assim, fez criar atrito entre a decisão do júri e do público. Relativamente a Catarina Pereira, Filipa Azevedo conseguiu a vitória por apenas um ponto, graças ao júri, resultando numa gala explosiva, com um público em reboliço, descontente com o sistema de votação. Porém, Filipa Azevedo manteve a tendência de descida de Portugal na tabela que, apesar de ter chegado à Meia-Final, ficou-se pelo 18º lugar.

Um olhar sobre o presente desencadeia a necessidade de reflectir sobre o passado. A música portuguesa teve os seus momentos de fama e glória. Poetas que havia o destino de lhes ter dado o engenho e arte para escrever especialmente para as grandes divas e reis da música portuguesa, que fizeram as delícias dos nossos ouvidos. Estarão para sempre imortalizados na nossa história… Muitos são reinventados pelas gerações actuais, que não deixam cair no esquecimento as mensagens implícitas nas suas músicas, que tão contemporâneas se mantêm. Vozes inconfundíveis, cujas canções os nossos avós ainda hoje trauteiam, recordando os êxitos de outros tempos. Outros momentos houveram, porém, que a nossa música, depois de uma revolução que esqueceu quem tanto por ela lutou através da sua arte, entrou num processo de decadência.

Hoje, considero que podemos ver que o que é feito em Portugal e por Portugal está a tentar tomar um novo rumo. A tradição está a ser recuperada num processo de restauração, com vista a manter as estruturas fundamentais do antigo, combinando um toque do que é novo. Nisto vejo uma tentativa de fazer correr sangue novo, com ideias originais, que cantam o “Peito ilustre lusitano”. Nesta tendência, creio que o Festival da Canção deveria tentar beber dessa nova onda musical que a música portuguesa está recriar, de modo a recuperar os quase já olvidados tempos de grande notoriedade do Festival, devolvendo-lhe a imensidão de telespectadores curiosos e críticos que outrora marcavam sua presença obrigatória. “É Hora!”? Sim.

  1. O que eu acho, é que parece que o critério de escolha do festival da Eurovisão é escolher o pior, e o mais azeiteiro possível. E nem precisamos de nos cingir a Portugal, há países que fazem figuras ainda mais tristes.

    Se o festival fosse uma forma de divulgar a cultura portuguesa, eu compreendia, e até concordo se me disserem que o “E depois do adeus”, ou as da Simone de Oliveira são bons representantes, agora, a música das Doce, ou as últimas coisas que lá têm ido, são um esterco,desculpem a expressão. Não é a cultura portuguesa, são portugueses a fazerem imitações baratas e foleiras do que já há lá fora. Há tanta coisa boa a fazer-se em Portugal, por mim cortava-se no investimento na eurovisão, e promovia-se a verdadeira cultura portuguesa.

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