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Nashville 4×01: mais do mesmo

A quarta temporada de Nashville estreou no passado dia 22 de setembro na ABC. Para uma série cujas audiências têm descido a pique e que tem estado à beira de ser cancelada, digamos que este não foi propriamente um regresso satisfatório. Este artigo tem spoilers!

Recuemos um pouco no tempo. A terceira temporada de Nashville terminou com Juliette (Hayden Panettiere) com uma depressão pós-parto, deixando a família para trás para poder continuar com o seu estrelato no mundo da música. Rayna (Connie Britton) assitiu ao transplante de fígado do seu mais-que-tudo, Deacon (Charles Esten), mas o último episódio não nos revelou o final da operação.

Scarlett (Clare Bowen) e Gunnar (Sam Palladio) retomaram a antiga chama e beijaram-se, criando tensões entre Scarlett e o seu atual namorado. Will (Chris Carmack) admitiu ser gay numa entrevista, arriscando o futuro da sua carreira. Teddy (Eric Close) foi preso, pondo em risco a sua relação tremida com as filhas.

N1

A estreia da quarta temporada não adiantou qualquer uma destas história de forma alguma. Deacon sobrevive à operação, um desfecho altamente previsível, pois ele é uma das personagens principais da série e esta sofreria gravemente caso matasse um dos seus pilares. Will sofre uma crise existencial, pois a sua confissão parece estar a levar a sua carreira por água abaixo. Uma jogada extremamente cliché e talvez um pouco irreal – estamos em 2015, a homossexualidade no mundo da música já não parece ser propriamente um problema.

Scarlett e Gunnar continuam no seu joguinho cansativo. Escrevem música juntos, beijam-se e Scarlett imediatamente arrepende-se, voltando para o namorado. Esta narrativa está mais do que gasta. As personagens surgiram na primeira temporada como um potencial casal, cujas vozes deram origem a umas das mais bonitas músicas de toda a série.

No entanto, após Scarlett ter recusado o pedido de casamento de Gunnar, o casal tem estado no limbo desde então. Três temporadas mais tarde, como se costuma dizer, não saem da cepa torta. Este é provavelmente o casal que faz as maiores delícias do público, mas esta história já passou de encantadora para frustrante.

Rayna e Juliette, as protagonistas da série desde o início, continuam a ser o motor no meio de tantas narrativas desinteressantes. Juliette continua com a sua depressão e está mais diva do que nunca – o que implica o regresso do seu mau feitio. A sua história ganha apenas pela prestação da atriz: Hayden é uma benção em Nashville. Juliette tem sido a vilã da série há demasiado tempo e embora os fãs gostem de ver o seu lado diva, arrasando com tudo e todos, não será altura de lhe dar um pouco de descanso?

N2

Quanto a Rayna, Deacon é agora o menor dos seus problemas. Na última temporada, Juliette separou-se da editora de Rayna e decidiu prosseguir a sua carreira noutros ares. Este facto transporta-nos um pouco para o início da série e faz as delícias dos fãs mais ávidos. Nashville estreou com a premissa de uma rivalidade entre Rayna e Juliette: duas raínhas da música country, uma delas em ascensão e outra em declínio. No entanto, nunca vimos propriamente a carreira de uma sofrer gravemente em prol da outra.

Como o drama não pode faltar numa série como esta, o momento da verdade surge agora. Rayna tenta ajudar Juliette com a sua depressão, mas esta recusa, dizendo que está “no topo do mundo” e que a editora de Rayna (Highway 65) é uma anedota. O episódio termina com Rayna a pesquisar a sua editora na internet, descobrindo que a ascensão de Juliette está de facto a levar Highway 65 por água abaixo.

Em suma, Nashville não regressou propriamente em grande. As histórias que ficaram por terminar no último episódio tiveram agora um desfecho completamente previsível. Quanto a outras narrativas, ou pegam nesta oportunidade para tomar um rumo completamente diferente ou arriscam-se a selar o destino da série. Rayna e Juliette continuam a ser os pilares no meio de tanto drama, transportando-nos para a primeira temporada e retomando agora com um sabor agridoce esta guerra de titãs. Resta saber se a batalha entre divas será o suficiente para aguentar Nashville durante muito mais tempo.

NOTA: 5/10