O MOTELx regressa novamente ao Cinema São Jorge e traz consigo a melhor programação terrorífica do último ano, sendo que neste primeiro dia a sala Manoel de Oliveira serviu de palco a uma sincera homenagem ao terror feito na Tailândia.
Countdown – 7/10
A Tailândia sempre se juntou ao pelotão da frente das maiores potências asiáticas no mundo do terror e a sua representação no MOTELx com Countdown não desiludiu, e, inclusive, arrancou fortes gargalhadas ao público. Sim, este é um filme recheado de humor que faz as delícias do espectador graças a um eficaz argumento e a uma sólida realização de Nattawaut Poonpirya.
Countdown pode nem ser o mais antecipado dos filmes nesta edição fortíssima do festival, mas pode revelar-se numa boa surpresa até para aqueles mais medrosos e menos fãs do género. É um filme que agrada, por combinar bastante bem o humor com a parte mais negra, característica de qualquer filme de terror, afunilando-se para o final e tornando o ambiente cada vez mais pesado e claustrofóbico impelindo o espectador para a ação.
O ambiente familiar e o facto de se focar num núcleo de quatro personagens a vaguear apenas por cinco divisões de uma casa não o torna enfadonho de modo algum, consegue até fazer como que estejamos mais compenetrados na história e que acabemos por criar laços mais fortes com as personagens, principalmente o tão falado Jesus que graças à forte dedicação de David Asavanond e ao seu grande carisma torna essa a melhor e a mais deliciosa personagem de toda a longa-metragem.
Em termos técnicos são os pequenos aspetos que fazem de Countdown um filme que merece ser visto, a forma como os planos são manipulados, como o uso de slow motion é perfeitamente acompanhado por uma banda-sonora deveras inspirada, os jogos de iluminação em conjunto com as caretas de Jesus. Nota-se assim que houve um cuidado e uma especial atenção neste campo.
O filme, infelizmente, apenas desilude nos seus momentos finais. Não foi de todo a previsibilidade que pecou neste caso, mas sim apenas o facto de não saber onde acabar o filme. Quando tudo parecia estar encaminhado para um final macabro, sangrento e bastante apelativo aos sentimentos do público houve um pequeno plot twist que apenas prejudicou a ação, o facto de se ter optado por um final muito mais brando mas reconfortante foi talvez a maior desilusão que Countdown teve para oferecer.
Se quiseres ainda ver este filme, Countdown irá ser projetado dia 13 pelas 14h15 na sala Manoel de Oliveira e não percas filmes como Chained, The Counjuring e até The Texas Chainsaw Massacre no festival mais assustador do país.